A área atingida pelo fogo, no sexto andar do Hospital Fêmina, em Porto Alegre, foi isolada por divisória na tarde desta terça-feira (19). O restante do andar foi limpo, mas segue fechado para uso até que seja comprovada a estabilidade estrutural do prédio, conforme exigência da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde de Porto Alegre.
Este trabalho de análise técnica começou às 15h20min, quando o engenheiro civil Carlos Fernando dos Santos, contratado pelo Grupo Hospitalar Conceição, entrou na área atingida. A inspeção durou 20 minutos, mas o laudo deve ser entregue à direção do hospital somente na segunda-feira para, então, ser encaminhado à Vigilância em Saúde.
As chamas, que atingiram o hospital na tarde de sábado (16), ficaram restritas a uma área de aproximadamente 30 metros quadrados, mas a fuligem e o calor atingiram outros locais, como o andar superior. A dúvida é se o calor danificou o piso do sétimo andar, submetido a altas temperaturas. Por indisponibilidade de leitos, a emergência também seguirá fechada.
O gerente de engenharia do Hospital Fêmina, Aramis Argenta, disse que a avaliação prévia, da equipe de engenharia da casa de saúde, mostrou que não houve comprometimento da estrutura. Impressão semelhante tem o engenheiro civil contratado para emitir o laudo oficial:
— Pela estrutura do hospital, dificilmente esse incêndio causaria alguma patologia desestabilizante. Mas é preciso, agora, fazer todos os cálculos matemáticos para afirmar com precisão — comentou Santos.
Nesta terça-feira (19), três dias depois do incêndio, o cheiro de queimado segue forte na sala que era usada como depósito e onde o fogo teria começado. As causas ainda são desconhecidas.
A reportagem aguarda entrevista com a direção do Grupo Hospitalar Conceição desde segunda-feira, mas a direção limitou-se a emitir uma nota nesta terça. No documento, é afirmado que está em andamento o "processo de licitação para levantamento das áreas físicas para confecção do PPCI".
Nas linhas seguintes, a gestão faz elogios à Brigada de Incêndio. A existência do grupo, previsto em lei, foi questionada por servidores e pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).
"Salientamos a efetividade da Brigada de Incêndio do Hospital Fêmina, que demonstrou competência, equilíbrio e agilidade no combate ao sinistro, por meio de ações que colaboraram para o bom desfecho do episódio. Também ressaltamos que todas as providências administrativas necessárias foram adotadas", diz a nota.