Após quase fechar as portas por problemas financeiros — o que motivou uma campanha pela manutenção dos atendimentos — e mudar de comando, o Hospital Beneficência Portuguesa voltou a atender pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nesta semana. A informação foi confirmada, nesta sexta-feira (15), pelo diretor-executivo da instituição, Ricardo Pigatto. Para serem atendidos, os pacientes são encaminhados pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
— O hospital ainda não tem “porta aberta”, como se fala na área da saúde. Não adianta chegar lá e pedir para ser atendido, precisa ser encaminhado pela prefeitura — explica Pigatto, ao salientar que a emergência ainda não faz parte do contrato.
Desde agosto, o Beneficência é administrado pela Associação São Miguel. Ao longo do ano passado, a nova gestora tentava retomar o contrato com a prefeitura — que foi rompido em dezembro de 2017 devido à falta de prestação de serviços por parte da antiga direção. As negociações chegaram a um acordo na semana passada com a assinatura do documento no dia 7 de fevereiro. O novo contrato, porém, prevê que os atendimentos não serão remunerados. De acordo com Pigatto, o valor será descontado do passivo que o Beneficência tem com a administração municipal, que supera R$ 9 milhões.
— Ainda não consigo precisar o tempo que levaremos para quitar o passivo. Mas, assim que inaugurarmos o Bloco Cirúrgico e a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), poderemos ofertar mais serviços para que a dívida seja paga mais rápido — explica o diretor-executivo.
Neste momento, são oferecidos diagnósticos em laboratório clínico, anato-patológico, radiologia, ultra-sonografia, endoscopia, consulta de especialidade médica, pequenas cirurgias, vasectomia e postectomia, além de todos procedimentos ambulatoriais.
Já para pacientes de planos de saúde, incluindo Ipê, o Beneficência Portuguesa conta com um pronto-atendimento aberto 24 horas, além de internação e demais serviços.
Em nota, a SMS afirmou que “a retomada dos serviços prestados no SUS junto a instituição Beneficência Portuguesa visa ampliar a oferta de atendimentos na rede de saúde”. Conforme a prefeitura, serão abatidos R$ 128 mil mensais do valor da dívida. “A secretaria esclarece ainda que, toda a prestação do serviço, assim como é feito com todos os prestadores da área da saúde, será fiscalizada pela Comissão de Acompanhamento de Contratos. O grupo irá analisar metas de qualidade e quantidade no serviço prestado”, finaliza o documento.