Administrado pela Associação São Miguel desde agosto de 2018, o Hospital Beneficência Portuguesa, de Porto Alegre, prevê começar a pagar os credores a partir de janeiro. Isso porque, desde novembro, a nova gestão vem cadastrando fornecedores e empresas que têm valores a receber da instituição, antes administrada pela Associação de Beneficência Portuguesa.
O valor da dívida ainda está sendo calculado, mas a expectativa é de chegar a um acordo com cada credor. O passivo trabalhista, porém, está em discussão na Justiça. A dívida com os ex-funcionários é a parcela com o maior peso nas contas herdadas pela São Miguel. Além disso, o Beneficência Portuguesa precisa quitar cerca de R$ 10 milhões com a prefeitura de Porto Alegre, por serviços pagos mas não prestados ao Sistema Único de Saúde (SUS).
De acordo com o presidente-executivo Ricardo Pigatto, a atual gestora está em conversa com a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) para chegar a um acordo.
— Queremos quitar essa dívida através de atendimentos aqui no hospital, oferecendo exames e procedimentos. Mas, para isso, precisamos da liberação da prefeitura — explica.
Com a dívida sanada, a intenção é abrir um canal de diálogo com a administração municipal para costurar uma nova contratualização com o SUS. Até dezembro de 2017, o Beneficência recebia cerca de R$ 1,2 milhão por mês para destinar 117 leitos para o SUS. O contrato foi rompido pela prefeitura pelo fato do hospital não cumprir com a meta de atendimentos. Já a SMS afirma que ainda não definiu como será cobrado o valor em aberto.
Ainda em dezembro, a nova administração inaugurou uma ala de endoscopia e colonoscopia. A expectativa é de que o novo espaço aumente o número de pacientes e consultas no hospital. O serviço tem capacidade para 900 atendimentos por mês e conta com uma equipe de oito médicos.