As empresas de ônibus intermunicipais que operam na Região Metropolitana pediram à Metroplan que determine a proibição do Uber Juntos na Capital e em municípios vizinhos. De acordo com as concessionárias, a modalidade, que por enquanto está disponível apenas na área central de Porto Alegre e em bairros próximos, configura “transporte ilegal” de passageiros.
O documento, protocolado pela Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros (ATM) e pelo Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio Grande do Sul (Setergs), pede ainda que os órgãos de fiscalização adotem “postura rígida” contra a modalidade e solicitam que o Ministério Público seja notificado pela suposta “atividade ilegal” praticada pela Uber.
– O Uber Juntos caracteriza um transporte coletivo, que deve ser uma concessão do governo do Estado – afirma o gerente da ATM, Erico Michels. Segundo ele, o objetivo das concessionarias é que a plataforma opere apenas por demanda individual.
Apesar de o pedido ter sido feito pelas empresas que operam na região metropolitana, a Uber garante que o serviço é disponibilizado apenas em algumas regiões de Porto Alegre.
– Se for isso, melhor ainda. Mas na propaganda deles não existe a distinção – diz Michels.
Por meio de nota, a Uber afirma que a modalidade Juntos não configura transporte coletivo, “mas um sistema que combina viagens individuais com trajetos convergentes para compartilhar o mesmo veículo, aumentando a eficiência do modelo”.
Procurada, a Metroplan informou, por meio da assessoria, que o documento protocolado pela ATM e pelo Setergs ainda está sendo analisado por seu departamento jurídico.
Em todo o país, empresas de ônibus de 15 cidades já pediram o fim do Uber Juntos, embora a empresa só ofereça o serviço em seis delas: Fortaleza, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro.