Canoas recebe, a partir desta terça-feira (8), consultores do Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, que trabalharão no diagnóstico da gestão da saúde na cidade. Após afastamento dos diretores do grupo Gamp, investigados pelo Ministério Público por desvio de dinheiro público, o município nomeou um interventor para gerir instituições antes administradas pela iniciativa privada.
Segundo o diretor-executivo do hospital paulista, Fernando Torelly, o trabalho será realizado por uma equipe de oito a 10 profissionais durante seis meses. Além do Sírio Libanês, dois hospitais gaúchos vão fazer parte da força tarefa em Canoas: o Moinhos de Vento e o Grupo Hospitalar Conceição (GHC). As instituições integram o Programa de Diagnóstico de Gestão, do Ministério da Saúde, que tem como objetivo analisar custos e contratos e instituir a otimização dos recursos humanos e de fluxo de pacientes dentro de hospitais.
— Vamos trabalhar com diagnósticos de curto prazo para auxiliar em tomadas de decisões imediatas — afirma Torelly, que informou ainda que o primeiro consultor chegará à Região Metropolitana nesta terça.
Segundo o diretor, o trabalho envolverá cinco consultores e terá como foco identificar necessidades e fazer a melhor utilização dos recursos. O diretor técnico do GHC, Mauro Sparta, ressalta que foram solicitados dois técnicos para auxiliar a cidade vizinha. Mas ele acredita que mais especialistas se juntarão à equipe:
— O GHC tem expertise operacional. Muitos de nós conhecem como funcionam os organismos de saúde de Canoas e por isso estamos aqui para somar. É um trabalho de remontagem da saúde na cidade, referência para mais de 150 municípios.
A execução das ações sugeridas pelo grupo de consultores seguirá com o Executivo municipal, a cargo do interventor Francisco Figueiredo.
Agendamentos são retomados parcialmente
Também nesta segunda-feira, o prefeito Luiz Carlos Busato anunciou que os hospitais de Pronto Socorro (HPS) e Universitário (HU), além dos postos de saúde, retomaram de forma parcial os agendamentos de cirurgias eletivas, consultas e exames:
— Tivemos um fôlego com os recursos que ingressaram do IPTU e por isso estamos, ainda timidamente, reiniciando os atendimentos. A população não pode ficar sem esse serviço.
Por atraso nos repasses do governo do Estado, na gestão Sartori, hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPA) e centros de atendimento psicossocial estavam atendendo apenas a urgências e emergências desde 19 de novembro.
Em média, cerca de 7,5 mil consultas e exames e 50 cirurgias são realizados em Canoas por dia.
O executivo reclama o montante de R$ 36 milhões em repasses atrasados. O presidente da Fundação Municipal de Saúde de Canoas, Fernando Ritter, afirma que já têm um acordo com o governo Eduardo Leite.
— Alinhamos como será o trabalho daqui para frente. Nos comprometemos a apresentar uma proposta até o final desta semana de como pretendemos retomar os atendimentos a pleno.