Pelo sexto dia consecutivo, moradores da Lomba do Pinheiro, na zona leste de Porto Alegre, enfrentaram falta de água. A reportagem de GaúchaZH percorreu diversos pontos da região na tarde desta quinta-feira (31) entre as paradas 2 e 15. Em todas elas, os moradores relataram falta de abastecimento. Na áreas mais baixas, como nas paradas 5 e 6, a água parou de chegar nas torneiras durante a tarde. No entanto, em pontos mais altos, como nas paradas 14 e 15, a população ouvida disse que o desabastecimento é permanente.
Enquanto o restabelecimento não ocorre, moradores formam filas para encher baldes e galões em caminhões pipa do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). Às 15h, um deles, com 8 mil litros, foi estacionado na parada 14 da avenida João de Oliveira Remião. Em poucos minutos, ele estava rodeado de pessoas.
– Na minha casa não vem nenhuma gota de água desde o fim de semana. Eu, minha esposa e os dois filhos estamos sem banho. É horrível - disse o segurança, Fabiano Moreira, que aproveitou para beber a água potável direto da torneira do caminhão.
Os veículos foram solicitados por moradores. No entanto, eles dizem que é preciso mais.
– Abastecemos um posto de saúde, uma creche e agora colocamos aqui para a população. Só que é muita gente sem água. Precisamos de mais uns três caminhões - disse Marcelo Avelino, morador que, com vizinhos, tem organizado manifestações reivindicando uma solução ao problema.
O Dmae informou que a demanda de caminhões com água potável está sendo atendida, conforme orientações do Centro de Relação Institucional Participativo e por Conselheiros Tutelares do bairro.
De acordo com o órgão, a Estação de Tratamento de Água Belém Novo, em Porto Alegre, voltou a apresentar problemas na madrugada desta quinta-feira (31). Segundo o Dmae, houve turbidez (coloração) da água captada, fazendo com que fosse necessário reduzir a vazão (produção da água). Isso provocou novamente falta de água em partes da Lomba do Pinheiro, abastecida pela estação Belém Novo.
Ainda segundo o Dmae, em geral, o abastecimento não está ocorrendo no período entre 15h e 23h. Depois disso, o fornecimento voltaria a ocorrer.
– Não é bem assim. Mora eu, minha mãe, minha sobrinha, uma inquilina e a filha. Estamos tendo que comprar água, que é cara. Louça, banho e tudo mais, não estamos fazendo. Há seis dias não vem nada de água. Nem de madrugada. As torneiras ficam com barulho de ar - contou a moradora Andreia Heredia.