Desde o final de julho deste ano, uma das principais avenidas da zona sul de Porto Alegre, a Coronel Marcos, está passando por obras para melhorar o trânsito — sempre engarrafado — na região. Porém, os trabalhos estão causando dor de cabeça para os motoristas que costumam passar pelo trecho nos horários de pico, quando o congestionamento fica acima do normal por conta das intervenções na via.
Os quebra-molas
A reportagem de GaúchaZH acompanhou o trânsito na região durante a manhã de segunda-feira (22). A Coronel Marcos chegou a registrar dois quilômetros de filas no sentido ao Centro por volta das 7h15min, com a lentidão começando a partir da Avenida da Cavalhada.
O ponto mais crítico da via fica no bairro Pedra Redonda, próximo à sede da AABB. No local, dois quebra-molas foram construídos na pista, em ambos os sentidos, como parte dos trabalhos de modificação do trânsito no local.
Em um trecho de cerca de 200 metros da avenida, motoristas que se deslocam da Zona Sul ao Centro precisam passar por dois semáforos de pedestres e dois quebra-molas, o que, na alegação dos condutores, está dificultando a mobilidade na região.
— O problema, de manhã, nunca foi a subida da lomba da Pedra Redonda, e sim os gargalos dos canteiros (ilhas). A ideia de dois quebra-molas onde já há uma sinaleira inviabiliza a constância no fluxo — relatou Guilherme Garcia, morador que costuma passar pela Coronel Marcos.
A faixa reversível
Continuação da Coronel Marcos, a Avenida Wenceslau Escobar também passa por intervenções na região. Nela, está sendo implantada a primeira faixa reversível semaforizada de Porto Alegre, no trecho entre a subida da Pedra Redonda e a Rua Professor Xavier Simões.
A pista extra, que fica no centro da avenida, está sendo utilizada nos horários de maior movimento na região para desafogar o trânsito: na parte da manhã, há duas pistas em direção ao Centro e uma rumo ao bairro. Já no final da tarde, o fluxo em direção à Zona Sul é direcionado para duas pistas e apenas uma fica para o deslocamento ao Centro.
Por enquanto, a faixa reversível da Wenceslau Escobar está sendo usada em fase de testes, com cavaletes na extensão da avenida, já que os semáforos ainda não foram instalados. Na manhã desta segunda, um fiscal da Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC) liberou o trânsito na faixa extra por volta das 6h45min.
O que diz a EPTC sobre o trânsito na Coronel Marcos
A EPTC afirma que os quebra-molas foram implantados na Avenida Coronel Marcos para melhorar a segurança ao pedestre na região. As lombadas protegem as duas travessias com semáforos e estão distantes aproximadamente 160 metros uma da outra. Um dos semáforos, inclusive, foi reposicionado em frente à sede da AABB, como parte das obras na região.
O técnico em trânsito de transporte da EPTC, Marcelo Hansen, afirma que, quando a obra for finalizada, a Avenida Coronel Marcos terá duas faixas de trânsito em cada sentido na altura das lombadas. Atualmente, o trânsito afunila e fica em apenas uma faixa no trecho, gerando a lentidão.
— O que está acontecendo ainda é reflexo da obra. Como esse trecho ainda não foi concluído, em alguns momentos acaba havendo aquele afunilamento para uma faixa de trânsito. No momento que a obra estiver conclusa ali terão duas faixas de trânsito, o que vai facilitar o deslocamento das pessoas. Esses quebra-molas foram pensados no projeto para garantir um pouco de segurança para os usuários, como um dispositivo preventivo — explicou.
Segundo a EPTC, nos últimos 10 anos o trecho da Coronel Marcos onde foram colocadas as elevações registrou 180 ocorrências de trânsito, com 97 pessoas feridas e uma vítima fatal.
Hansen confia que, após a conclusão das obras viárias, o trânsito vai melhorar na Avenida Coronel Marcos.
— A avenida teve um alargamento na região, foram retirados alguns canteiros e eles foram redesenhados nas travessias justamente para melhorar a circulação — ressaltou.
Ainda não há uma data definida para a conclusão das obras da Avenida Coronel Marcos e o início da operação dos semáforos da faixa reversível da Avenida Wenceslau Escobar. No entanto, isso deve ocorrer ainda em 2018.