O atraso no reassentamento de 120 famílias que moram na região da Ilha Grande dos Marinheiros pode comprometer a previsão do governo federal que é inaugurar a nova ponte do Guaíba em dezembro, antes do término do mandato de Michel Temer. Nesta sexta-feira (5), o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e o ministro dos Transportes, Portos e Aviação, Valter Casimiro, sobrevoaram a obra e depois percorreram o Guaíba e uma balsa. Ambos ficaram preocupados com a demora na retirada das famílias, medida necessária para o prosseguimento dos trabalhos.
De acordo com Carlos Marun, a situação é preocupante, já que até agora nenhum morador deixou o local. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes está agendando com a Justiça e as famílias uma audiência de conciliação para as próximas semanas.
- A obra está andando muito bem, mas a recolocação dessas famílias ainda não começou. Isso nos preocupa muito. Se esse reassentamento não ocorrer até o mês que vem, possivelmente não vamos atingir a meta - disse Marun.
O governo ofereceu as famílias a chamada "compra assistida", que é a aquisição de um imóvel pelo Dnit. Caso as famílias aceitem, precisarão procurar um imóvel regularizado em qualquer parte do Estado no valor bruto entre R$ 158 mil e R$ 178 mil. Se a conciliação não ocorrer, o morador discutirá no processo judicial o valor da indenização que receberá da União.
Atualmente, a obra está 68% concluída. O governo quer que até o fim do ano a ponte esteja liberada para veículos nos dois sentidos. Mesmo com a entrega, faltariam ainda algumas alças de acesso, previstas para serem feitas depois da inauguração.
Conforme o governo federal, os recursos para a obras estão garantidos. Até agora já foram investidos R$ 600 milhões. O governo garante outros R$ 100 milhões até o fim do ano para a conclusão dos trabalhos. O custo total da obra está estimado em R$ 900 milhões.
Os ministros agendaram uma nova vistoria nas obras em novembro.