Funcionários terceirizados da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos que atuam na limpeza de redes pluviais em Porto Alegre estão com as atividades paralisadas. Eles reclamam que não receberam seus salários de agosto e a cesta básica. Na manhã desta terça-feira (18), um grupo protestou na Avenida Ipiranga, nas proximidades da Rua Silva Só, bloqueando parcialmente o trânsito. É a terceira vez, em pouco mais de um mês, que trabalhadores deixam de fazer suas atividades pelo mesmo motivo.
Um dos funcionários, que prefere não se identificar, diz que os seus colegas são de famílias pobres e que estão com dificuldade até em manter a alimentação de casa sem receber o dinheiro.
A prefeitura de Porto Alegre confirma que não houve repasse dos valores à empresa F.F Maraskin, mas alega que o motivo é a falta de entrega da terceirizada da comprovação de pagamentos de encargos trabalhistas, sociais e previdenciários. O Executivo diz que recebeu os documentos de junho e fará até o próximo dia 24 o repasse de R$ 700 mil referentes àquele mês. Após isso, ainda estaria em aberto os pagamentos de julho e agosto, além de cerca de R$ 15 mil retidos por falta de garantia de repasses aos trabalhadores.
Segundo a secretaria, a paralisação fere a lei que rege a relação do poder público com seus fornecedores e sanções contratuais serão aplicadas à empresa.
Sem as equipes, a prefeitura manterá emergencialmente a limpeza com equipes próprias. O executivo diz ter uma equipe para cada uma das quatro regiões da cidade: Centro, Norte, Sul e Leste.
A reportagem não conseguiu contato até o momento com a F.F Maraskin. Na última sexta-feira (14), a empresa contestou a versão do poder público. Naquele dia, o proprietário, Fernando Maraskin, afirmou que o valor a ser pago pela prefeitura era referente ao primeiro contrato emergencial da empresa com a prefeitura, encerrado no fim de junho. Nenhuma das parcelas de um segundo contrato, de quatro meses, teria sido depositada até agora.