O serviço de limpeza de bocas de lobo e desassoreamento em Porto Alegre está comprometido, nesta sexta-feira (17), pelo terceiro dia consecutivo, por conta de uma mobilização dos trabalhadores da empresa terceirizada contratada pela prefeitura da Capital. Durante a manhã desta sexta (17), os trabalhadores da FF Maraskin voltaram a protestar pelo atraso de pagamento – que deveria ter sido feito no último dia 7 – e houve bloqueio, por cerca de meia hora, de parte da Avenida Ipiranga.
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos informou, por meio da assessoria de imprensa, que, na quinta-feira (16), foram pagos R$ 600 mil para a terceirizada, "objetivando que a mesma quitasse o pagamento de funcionários", em relação aos repasses de maio. A pasta afirmou ainda "que a demora para a quitação dos valores junto à terceirizada se dá devido ao atraso excessivo da mesma na entrega dos documentos que comprovem a realização dos serviços, dados que comprovem o recolhimento dos tributos sociais e trabalhistas, além do período necessário para a aferição dos serviços efetivamente realizados pela prestadora".
Segundo a secretaria, são cerca de 2,1 mil serviços realizados por mês, sendo 90% deles pela empresa terceirizada. As atividades são referentes à limpeza do sistema de esgotamento pluvial da cidade, ligada ao antigo Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) — chamado agora de DMAP pela atual gestão.
Conforme a terceirizada, não há garantia de solução do problema ainda nesta sexta (17). O proprietário da empresa, Fernando Maraskin, alega que a prefeitura não está repassando os valores corretamente. Segundo ele, estão sendo feitas exigências de documentos – relativos ao pagamento de trabalhadores terceirizados pela empresa – além do que está previsto no contrato. Ele também alega que busca uma reunião com o secretário Ramiro Rosário, para tratar do tema, mas não é recebido.
— Não nos pagam (corretamente), exigindo uma série de documentos que não fazem parte do contrato. Eles querem que eu tenha isso (os documentos) para os motoristas (das empresas que contratamos). Não há justificativa legal para não fazer o repasse — afirmou Maraschin.
Conforme a FF Maraskin, a maioria dos 118 profissionais estão paralisados. Cerca de 90% são pedreiros e serventes. O restante são mestres de obras, técnicos do trabalho, motoristas e funcionários do setor administrativo.
Durante a tarde desta sexta, trabalhadores da terceirizada prometem realizar um protesto em frente à FF Maraskin, em Viamão. Os trabalhadores esperam que o valor repassado pela prefeitura seja utilizado para pagar os salários antes do fim de semana.