Um mês depois de GaúchaZH mostrar a imundície da Praça Alberto Ramos, que abriga entulhos e restos que fariam parte da trincheira da Avenida Plínio Brasil Milano, em Porto Alegre, a situação continua a mesma. Prometida para a Copa do Mundo de 2014, a obra nunca saiu do papel e virou esconderijo para ratos, usuários de drogas e os mais variados tipos de lixo. Na quarta-feira (5), a empresa responsável foi notificada pela prefeitura e prometeu fazer uma limpeza no local.
A demora para se tomar providências ocorreu por vaivéns a respeito de quem seria o responsável pela limpeza: a prefeitura ou o consórcio PCS (composto por Construtora Pelotense, Conpasul e Serkia), vencedor da licitação. A prefeitura afirmava que o espaço foi "emprestado" e, por isso, a empresa teria de fazer o trabalho. O consórcio, por outro lado, ressaltava que a praça ainda era pública e, sendo assim, a administração municipal era quem deveria assegurar a manutenção do local.
A prefeitura havia prometido que pediria providências à empresa, o que nunca aconteceu. O consórcio foi notificado pela Vigilância de Saúde apenas na quarta-feira (5), após novo contato da reportagem. O documento solicita a "limpeza do terreno com corte do capim" e a "retirada de resíduos de obra que possam favorecer o abrigo de ratos e escorpiões", em um prazo de até 15 dias.
O presidente da Construtora Pelotense, Luis Roberto Ponte, que integra o consórcio PCS, alegou que não tinha conhecimento sobre a sujeira da praça. Mesmo assim, diz que acatará o pedido da prefeitura e fará "uma limpeza singela pelo bem da cidade" na semana que vem.
— Já retiramos alguns invasores do canteiro. Para mim, (a limpeza) será uma perda de tempo. O que custava à prefeitura ir lá limpar? A obra está parada. Não sei qual é a causa da indignação. Vou ver o que tem lá dentro, alguma coisa deve ter — disse Ponte.
Assista a imagens dos ratos circulando na praça:
A Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim) informou que marcará um encontro com representantes da empresa para a semana que vem, com o objetivo de discutir o amontoado de lixo e a infestação de bichos. Para evitar a circulação de drogas, a pasta promete pedir reforço na segurança da região.
A notícia traz alívio a quem trabalha nos arredores, como a psicóloga Eluza Nardino Enck, 64 anos, que tem um consultório em um prédio ao lado do local. Do estabelecimento, é possível enxergar toda a movimentação de pessoas e o emporcalhamento diário da praça, que costumava ser uma "praça da Encol".
— Nós guardamos fotos antigas de como era a praça antes da obra. Hoje, se resume a tapumes, lixo e banheiro de ambulantes — queixa-se Eluza.
O abandono da praça Alberto Ramos data de 2013, quando o terreno foi cedido pela prefeitura ao consócio vencedor da concorrência para a construção da trincheira da Plínio Brasil Milano. Apenas algumas ruas no entorno receberam melhorias: a obra principal nunca ocorreu, segundo a prefeitura, pela presença de uma uma revenda de carros na esquina com a Terceira Perimetral.
Trincheira pode ser retomada neste ano
Conforme o secretário-adjunto da Smim, Alcimar Andrade Arrais, uma reunião entre prefeitura e Procuradoria-Geral do Município (PGM) será realizada na próxima semana para avaliar o melhor custo-benefício para o Executivo: dar continuidade ao contrato com o consórcio PCS ou abrir uma nova licitação.
Para Andrade, permanecer com a mesma empresa seria o mais "responsável", pois uma nova concorrência levaria ao menos seis meses para ser concluída. A expectativa é de que a obra da trincheira da Plínio possa ser retomada até o fim de 2018. O prazo para a conclusão é estudado pelo Escritório de Projetos da prefeitura.
Segundo Andrade, permanecer com a empresa seria o mais responsável, já que uma nova concorrência levaria pelo menos seis para ser concluída. A expectativa é que a obra da trincheira da Plínio possa ser retomada até o fim de 2018. O prazo para a conclusão é estudado pelo Escritório de Projetos da prefeitura.
— Se permancer (a mesma empresa), acho que nesse ano a obra pode ser retomada. Vamos fazer todo o possível para isso — afirma Andrade.
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