Sob olhar indignado dos moradores, uma obra na avenida principal do bairro Ponta Grossa, em Porto Alegre, se arrasta. Faz dois meses, na conta da comunidade na Zona Sul, que o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) abriu um buraco na esquina com a Rua Emílio Dimari, para consertar um problema em uma rede de água. O local precisou de intervenção nas redes de telefonia subterrâneas, por parte da Oi, e em razão do deslocamento de uma tubulação de esgoto, a Divisão de Manutenção de Águas Pluviais (DMAP) continua as obras no local.
— Desde de abril, eles vêm abrindo e fechando buraco, até que, no começo deste mês, abriram e não fecharam mais — reclama o construtor Adriano Luis Napar Roliano, 36 anos.
O morador relata que, nesta sexta-feira (29), a prefeitura limpou parte do barro e cercou o buraco com cavaletes, mas até então a obra bloqueava uma das faixas da avenida. Era necessário bom senso dos motoristas para que o movimento avançasse, ora de um lado, ora do outro. Ele estima que, em horários de pico, formavam-se filas de meio quilômetro a partir daquele ponto. Essa situação perdurou por duas semanas, segundo Roliano.
— É um descaso total. Temos uma sensação de esquecimento — queixa-se.
A obra "interminável" não é o único motivo para esse sentimento. Ruas esburacadas e iluminação insuficiente também são queixas da comunidade. A dona de casa Sheila Lago, 46 anos, aponta para o grande acúmulo de água entre a calçada e a rua, inclusive junto à parada de ônibus:
— Tem que vir de bota ou trazer outro sapato para trocar no ônibus. Senão, não dá.
O que diz a Secretaria de Serviços Urbanos:
A pasta informa que, para a finalização dos serviços pela Divisão de Manutenção de Águas Pluviais (DMAP), há necessidade de tempo seco, levando em consideração ainda que a região é bastante úmida e alagadiça, situação que vem ampliando a programação.
Há a necessidade da reconstrução de cerca de cinco metros de redes pluviais, serviço este que exigirá o uso de uma motobomba (para retirada da água existente no local) e uma retroescavadeira. Serão pelo menos dois dias de trabalhos no local.
Após o conserto da rede pluvial, restará o serviço de repavimentação, que também depende das condições climáticas.