O diretor-presidente do Hospital Sírio-Libanês, Fernando Torelly, entregou nesta segunda-feira (21) o relatório de consultoria realizada nos últimos três meses no Hospital Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre. O documento, com mais de cem páginas, sugere soluções para a instituição que vive a pior crise de sua história, com dívida de R$ 100 milhões. As conclusões foram apresentadas em reunião que contou com as presenças do presidente do Beneficência Portuguesa, Augusto Veit Júnior, dos secretários da Saúde de Porto Alegre, Erno Harzheim, e do Estado, Francisco Paz, do secretário de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo, e do representante do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Germano Bonow.
Segundo Torelly, a consultoria concluiu que o Beneficência Portuguesa é uma instituição viável, desde que bem gerida. Uma das alternativas apresentadas é que outra instituição assuma o hospital.
- Recomendamos que a instituição receba propostas de outras instituições hospitalares para assumir o hospital. Foi feito um plano de negócio. Se voltasse a atender, teria viabilidade num período de tempo.
Ainda de acordo com Torelly, a segunda alternativa seria arrendar o prédio para outra instituição hospitalar e utilizar o dinheiro para pagar o passivo existente. Durante a reunião, a presidência do Beneficência informou que uma instituição apresentou proposta para assumir o hospital. Em função de uma termo de confidencialidade assinado pelos presentes, o nome dessa instituição não foi revelado.
- O relatório era o que esperávamos. O hospital é viável, mas precisamos ter alguma instituição junto conosco, porque as dívidas são muito grandes. Temos duas instituições interessadas. Uma do Rio Grande do Sul e outra de fora. Uma proposta já foi apresentada e outra ainda estamos aguardando chegar. Vamos aguardar mais alguns dias para analisá-las. Temos é que colocar o hospital em funcionamento. Acredito que, em 15 dias, já devemos ter uma decisão – afirma Veit.
Para o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, Paulo de Argollo Mendes, a solução para o hospital está próxima:
- Vejo com muito otimismo que muito brevemente o Beneficência esteja atendendo de novo os pacientes.
O Beneficência Portuguesa está sem pagar os salários dos funcionários desde meados de 2017. A falta de recursos – gerada pela combinação de diversos fatores, entre problemas de gestão, ruptura de contratos e recusa de financiamentos – levou à quase total inutilização dos 201 leitos e impactou nos atendimentos, que reduziram de forma drástica. Com isso, a prefeitura de Porto Alegre rescindiu o contrato mensal de 116 leitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).