O Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, vai coordenar a auditoria que busca encaminhar a reestruturação administrativa e financeira do Hospital Beneficência Portuguesa, em Porto Alegre. A decisão, do Ministério da Saúde, foi confirmada na noite desta terça-feira (6) pelo presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes, em entrevista ao programa Estúdio Gaúcha, da Rádio Gaúcha.
Com problemas financeiros graves e sem contrato com o Sistema Único de Saúde (SUS), o hospital busca ajuda para não fechar.
Nesta terça-feira, o hospital contava com apenas três pacientes, para quase 200 leitos – tudo para manter a instituição de portas abertas.
— Hoje, temos certeza de que vamos recuperar o hospital Beneficência e ele vai ficar à disposição da população de Porto Alegre — comemorou Argollo, sem especificar a data de início da auditoria.
O Sírio-Libanês deverá realizar um diagnóstico para apontar a situação do hospital. Esse processo deve durar três meses. Após a análise, serão indicados os melhores caminhos para resolver a situação adversa enfrentada pela administração da unidade. A ajuda havia sido prometida pelo secretário nacional de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo, que esteve na instituição em 18 de dezembro. Na ocasião, garantiu que o auxílio – prestado por um dos seis hospitais de referência vinculados ao ministério – começaria ainda em janeiro deste ano.
Banrisul avalia a situação econômica
O presidente do Simers destacou que, simultaneamente a esse auxílio do hospital paulista, o Banrisul realiza auditoria em relação às contas do Beneficência, levantando toda situação econômica da instituição. Segundo Argollo, o banco estadual também se comprometeu a fornecer um empréstimo ao hospital de Porto Alegre:
— O Banco do Estado do Rio Grande do Sul está muito envolvido na preparação de um empréstimo para que o hospital possa se recuperar. Um empréstimo de longo prazo com dois anos de carência.
Argollo informou que está em tratativas com o governo do Estado para garantir a operação do Beneficência durante essas auditorias, pois, segundo ele, se a casa de saúde fechar as portas, a recuperação será mais complicada, pois seria alvo de pichações e ocupação por parte de moradores de rua.
O presidente do Simers destacou que a expectativa é de que o governo estadual coloque, com o aval da Secretaria de Saúde de Porto Alegre, 30 leitos psiquiátricos no hospital, mantendo a unidade aberta.
O dirigente disse que quatro hospitais demonstraram intenção de assumir o Beneficência Portuguesa e uma universidade manifestou interesse em transformar a unidade em um hospital-escola.