O ex-diretor-presidente do Hospital Beneficência Portuguesa, José Antônio Pereira de Souza, alegou “problemas externos” para o agravamento da situação financeira da casa de saúde. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta segunda-feira (04), Souza afirmou que a instituição sofreu um boicote que prejudicou a sustentabilidade do hospital — que soma mais de 150 anos de história.
Na entrevista, Souza afirmou que renunciou ao cargo depois de receber “indiretas” por parte da Secretaria Municipal da Saúde — que, na semana passada, rompeu o contrato com o hospital para atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ele ainda criticou a posição do Banrisul e da Caixa Econômica Federal em não liberar empréstimos ao hospital a tempo de manter os atendimentos.
Souza renunciou ao cargo no último dia 24 de novembro, depois de seis anos à frente do Beneficência. Sócio antigo da instituição e tendo o avô e o pai entre os membros da mantenedora, o então diretor foi eleito presidente do Conselho Deliberativo em 2011. Meses depois, assumiu o comando da casa de saúde ao afastar o corpo diretivo da época por suspeita de fraude. Desde então, foi eleito para mais dois mandatos – o último, em julho deste ano. Com a saída de Souza, o comando da casa de saúde está a cargo do atual presidente do Conselho, Augusto Veit.
Para o ex-diretor, a solução para o hospital está nas mãos do Banrisul e da prefeitura.
— O banco disse que daria todo o aporte financeiro desde que a contratualização pelo SUS fosse mantida. Eu fiz a minha parte e renunciei. Agora eu espero que, efetivamente, o banco e a Secretaria Municipal da Saúde se entendam e o Banrisul aporte os recursos. Pois estudo do próprio banco apontou que o Beneficência é viável — afirmou.