Os gaúchos acompanham com atenção o futuro do Hospital Beneficência Portuguesa, com 160 anos de história. O Beneficência foi um dos primeiros hospitais erguidos no Centro de Porto Alegre, onde se formou um importante polo de saúde, com duas universidades federais, e complexo da Santa Casa, Hospital de Pronto Socorro (HPS), Hospital de Clinicas, Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas e Hospital Fêmina.
É preciso criar as condições para que funcionários, médicos e demais prestadores possam retomar sua rotina.
Há uma década o prédio histórico do Beneficência abriga o Museu de História da Medicina (Muhm), tornando-se um centro de memória das relações da Medicina com a sociedade gaúcha. Portanto, não podemos permitir que essa trajetória seja interrompida.
Uma primeira razão é simples: Porto Alegre precisa de hospitais abertos e operando a pleno vapor para atender à demanda que superlota emergências, elevando riscos a vidas e desorganizando o sistema. Para que estes doentes sejam tratados com o mínimo de dignidade, precisamos de estrutura, equipes e experiência, e o Beneficência tem.
Segunda razão: há milhares de pessoas em fila de espera por cirurgias no SUS – quase 40 mil no Rio Grande Sul e mais de 4 mil na Capital (fonte Conselho Federal de Medicina), – e consultas especializadas – mais de 90 mil pessoas somente em Porto Alegre (site da Secretaria Municipal da Saúde).
Sabemos que não é tarefa simples salvar um hospital. Originalmente, eles eram mantidos por voluntários abnegados das comunidades. Ao longo do tempo, instituições filantrópicas como o Beneficência foram se perdendo entre dificuldades financeiras e problemas de gestão.
Não há caminho fácil neste setor. O hospital dependerá de ajuda para equalizar suas dívidas e se habilitar a um novo contrato com o município. É preciso criar as condições para que funcionários, médicos e demais prestadores possam retomar sua rotina.
Na década de 1980, a Santa Casa foi salva da falência por um grande movimento que uniu o arcebispo Dom Vicente Scherer, autoridades, empresas e comunidade. Com as frentes parlamentares da Câmara Municipal e Assembleia Legislativa criadas e apoio do governador, prefeito, senadores, deputados federais e universidades vamos manter o Beneficência aberto, evitando dor e sofrimento. Esta é a luta pela vida!