O diretor-presidente do Hospital Sírio-Libanês, Fernando Torelly, estará em Porto Alegre na tarde desta segunda-feira (21) para entregar o relatório da consultoria feita para o Hospital Beneficência Portuguesa, na Capital, ao longo dos últimos três meses. O objetivo da consultoria era levantar dados técnicos, financeiros, estruturais e sociais e, a partir disso, apontar medidas para que o Beneficência consiga sair da crise financeira pela qual passa – uma das piores de sua história.
Conforme Torelly, o relatório será entregue a representantes do hospital gaúcho, das secretarias municipal e estadual de Saúde e também do Ministério da Saúde. Ele não adiantou quais foram as medidas identificadas pelo Sírio-Libanês, já que os apontamentos serão repassados primeiramente para o Beneficência – no entanto, informou que foram apontadas soluções técnicas e que a situação é difícil, já que o hospital deve mais de R$ 100 milhões.
Nos bastidores, fala-se que uma das recomendações dadas pelo Sírio-Libanês será encontrar outra instituição filantrópica que assuma o Beneficência. Já havia sido discutida a possibilidade de o Grupo Hospitalar Conceição assumir os leitos, mas o próprio GHC informou que, apesar de se solidarizar com a situação, não necessita de mais vagas no momento. O tema ainda deve voltar a ser discutido. GaúchaZH tentou contato com a presidência do Beneficência Portuguesa para saber se haverá representantes do hospital presentes na reunião, mas não conseguiu contato.
O Beneficência Portuguesa está sem pagar os salários dos funcionários desde meados de 2017. A falta de recursos – gerada pela combinação de diversos fatores, entre problemas de gestão, ruptura de contratos e recusa de financiamentos – levou à quase total inutilização dos 201 leitos e impactou nos atendimentos, que reduziram de forma drástica. Com isso, a prefeitura de Porto Alegre rescindiu o contrato mensal de 116 leitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).