Em reunião na manhã desta sexta-feira (13), responsáveis pela consultoria realizada pelo tradicional Hospital Sírio-Libanês apresentaram dados parciais sobre alternativas para que o Beneficência Portuguesa não feche as portas em Porto Alegre. O encontro desta manhã contou com a presença de representantes do Simers e do Ministério da Saúde. Na avaliação de Fernando Torelly, diretor-executivo do hospital em São Paulo, uma forma de contornar a crise na unidade de saúde gaúcha é encontrar uma instituição parceira que utilize a estrutura do prédio, para manter o hospital em funcionamento. A medida não tem relação com a dívida atual da unidade, que gira em torno de R$ 100 milhões e "quase não tem pacientes internados", conforme Torelly.
— O prédio não pode apagar a luz. Quando um hospital apaga as luzes, não retoma mais as atividades — argumenta. — A retomada no modelo atual de gestão é praticamente impossível sem modificações importantes.
Torelly ressalta que a alternativa seria apenas para manter o local em funcionamento. O prédio histórico atenderia como um hospital de "retaguarda", para pacientes de menor complexidade. Se a alternativa foi colocada em prática, a estimativa é de que o Beneficência volte a atender pacientes em um prazo de 30 a 60 dias.
De acordo com Torelly, o Grupo Hospitalar Conceição já teria manifestado interesse em alugar, por determinado período, leitos do Beneficência.
Sobre a dívida da instituição, uma alternativa jurídica ainda precisa ser buscada. Até o momento, há poucas definições sobre a dívida.
— A única questão que temos certeza é que é impossível imaginar que o atual governo da Beneficência irá pagar esse passivo. Isso será negociado a parte — afirma.
No próximo dia 20, uma reunião com o Banrisul tentará encontrar alternativas para o pagamento da dívida da unidade de saúde, mantida pela Associação Portuguesa de Beneficência.