Um novo encontro para tratar da possibilidade de o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) usar leitos do Hospital Beneficência Portuguesa está marcado para a próxima semana, em Brasília. Nesta quinta-feira (10), a direção do GHC informou que se solidariza com a situação da instituição, mas que não necessita de mais vagas no momento. Integrantes da bancada gaúcha na Câmara dos Deputados, porém, argumentam que a locação seria essencial para manter o Beneficência aberto. O assunto será pauta de uma audiência com o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, na quarta-feira (16).
No encontro desta semana, o diretor administrativo e financeiro do GHC, José Ricardo Agliardi Silveira, destacou que as reformas que poderiam criar a necessidade de acomodar os pacientes em outro local, não saíram do papel pelo contingenciamento de verbas colocado em prática pelo Ministério da Fazenda. Cerca de R$ 26 milhões do orçamento do Conceição foram congelados pelo governo. As obras do Centro de Oncologia que seguem em execução não interferem no número de leitos.
— Essa foi a primeira vez que sentamos para discutir uma possível locação do Beneficência. Fomos convidados para essa reunião e cedemos nosso espaço para a sua realização. Mas não temos nenhuma decisão sobre essa possibilidade. Até porque isso depende da orientação do Ministério da Saúde — observa Silveira.
Nos bastidores, essa possibilidade de se utilizar o Beneficência pelo grupo hospitalar não tem consenso. Até mesmo críticas ásperas foram trocadas durante a reunião, de ambos os lados, deixando tenso o ambiente do encontro.
Nesta sexta-feira (11), o Beneficência Portuguesa está com apenas um paciente. O outro recebeu alta no dia anterior. Durante a manhã, a empresa que locava o gerador de energia retirou o equipamento, devido ao atraso nos pagamentos. O presidente da instituição, Augusto Veit, garante que está trabalhando, junto com a força-tarefa, para encontrar uma solução à crise. Na próxima terça-feira (15), as conclusões da consultoria do Hospital Sírio-Libanês devem ser entregues ao Ministério da Saúde, responsável por contratar o trabalho técnico.