A ampliação do tempo de vida útil dos ônibus de Porto Alegre, aprovada na última quarta-feira (10) pela Câmara Municipal, não vai gerar redução imediata no preço da passagem. De acordo Flávio Tumelero, gerente de planejamento da operação de transportes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), a diminuição de R$ 0,02 só deve ocorrer a partir de 2020.
O motivo, conforme a EPTC, é que somente nesse período haverá impacto da redução da renovação da frota por parte das empresas. A Associação de Transportadores de Passageiros (ATP) estima abater aproximadamente R$ 11 milhões da planilha de gastos das concessionárias ao deixar de renovar cerca de 28 coletivos.
Tumelero avalia que o índice de renovação da frota, que deve cair de 10% para 8,33% ao ano, pode ser um pouco maior em 2019, pois as empresas não cumpriram com a regra em 2018 .Assim, a redução no número de coletivos só ocorrerá no segundo ano em que a medida aprovada pela Câmara estiver em vigor.
A renovação média realmente vai cair para 8,33% ao ano, mas isso é um cálculo teórico que ainda depende de uma verificação da situação atual do sistema. Não houve renovação no último ano. A renovação para o próximo período pode ser um pouco maior - afirma.
A EPTC estima que, em 10 anos, possa reduzir R$ 0,25 centavos no preço da passagem com a medida. O projeto aprovado pela Câmara permite que as empresas utilizem os ônibus comuns por até 12 anos e especiais (articulados ou movidos por combustíveis renováveis) por 13 anos. O limite atual é de 10 anos. Além disso, as empresas só poderão adquirir veículos zero quilômetro, equipados com ar-condicionado e que apresentem chassi e carroceria com idade não superior a dois anos. A ampliação do tempo de vida útil dos coletivos também contempla ônibus que já estão em circulação.
Outras cinco propostas do Executivo voltadas ao transporte público estão em tramitação na Câmara. São projetos de lei que tratam sobre o fim da obrigatoriedade de cobradores em todos os ônibus, fim da gratuidade para idosos com idade entre 60 e 65 anos, passagem escolar para estudantes com renda de até três salários mínimos, redução no número de viagens gratuitas para isentos e passe livre para guardas municipais e policiais militares mediante a apresentação do cartão TRI.