Correção: aproximadamente 880 toneladas de lixo domiciliar são recolhidas pela coleta manual diariamente, e não 880 quilos como publicado entre 8h40min e 22h7min de 11 de abril. O texto já foi corrigido.
Desde as 8h desta quarta-feira (11), dezenas de caminhões começaram a sair da empresa Belém Ambiental, na zona norte de Porto Alegre, para fazer o recolhimento do lixo. Segundo a terceirizada e a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, o serviço opera com capacidade total, após a paralisação de ontem. Na madrugada, cerca de 18 caminhões fizeram o serviço e o recolhimento foi parcial.
Ainda há lixo acumulado em diversos bairros da Capital, como Petrópolis, Santana, Rio Branco, Floresta, Glória, Humaitá e Navegantes. A previsão da prefeitura é de que a situação esteja totalmente normalizada até a manhã de quinta-feira.
De acordo com o secretário Ramiro Rosário, o DMLU segue com uma operação especial com 15 equipes e caminhões próprios para reforçar a retomada completa do serviço. "Essas equipes atuam no recolhimento do passivo nos roteiros de coleta e no combate a focos de lixo, especialmente no Centro Histórico", disse o secretário por meio do Twitter.
Os problemas na coleta iniciaram na madrugada de terça-feira, quando funcionários da empresa terceirizada paralisaram as atividades alegando atrasos os salários. Eles impediram a saída de veículos na garagem.
O local foi liberado pela Brigada Militar, após a empresa conseguir uma decisão judicial impedindo os bloqueios.
Confusão durante a noite
Segundo relato de garis, que trabalhavam no centro da Capital na noite desta terça, após a liberação da garagem, homens armados em um carro teriam feito ameaças e mandado os caminhões retornarem à sede da empresa.
Pelo menos oito caminhões foram escoltados pela Guarda Municipal do Largo Glênio Peres até a Belém Ambiental. Os demais voltaram por conta própria. De acordo com a Secretaria de Serviços Urbanos, a terceirizada montou uma operação para que os veículos voltassem às ruas na madrugada.
Impasse com salários
Durante toda a terça-feira, funcionários da empresa terceirizada cruzaram os braços em protesto contra problemas no pagamento de salários e de outros benefícios, além de impedirem a saída dos veículos das garagem. O local foi liberado à noite, após a Brigada Militar utilizar bombas de efeito moral.
De acordo com Ramiro Rosário, a paralisação indevida poderá causar sanções contratuais à empresa, como a aplicação de multa.
A origem do problema está na forma como a prefeitura repassa os recursos à terceirizada, responsável por recolher diariamente 880 toneladas de lixo por meio da coleta manual. O Executivo costumava pagar uma parcela no início do mês e outra depois do dia 20. No entanto, a administração municipal mudou o procedimento.
A terceirizada sustenta que, por isso, não conseguiu pagar os funcionários na data correta. A SMSUrb tomou a decisão após o Tribunal de Justiça derrubar uma liminar que obrigava o pagamento em duas parcelas.