A partir de 9 de maio, a Capital passa a contar com um novo serviço de transporte por aplicativo. Ele se diferencia dos demais por oferecer equipamento apropriado para o traslado de crianças e pets. A ideia do Garupa, conforme seu idealizador e CEO, João Marcondes Vargas Trindade, surgiu depois da recusa de motoristas de outros apps em fazer o serviço.
— Tenho dois filhos pequenos e, quando peço uma corrida por aplicativos, muitos motoristas não queriam ou não tinham como levá-los. Isso também acontece com quem tem animais de estimação. É uma reclamação que ouvimos muito e uma carência no mercado — argumenta Marcondes.
O app também possibilita que o usuário envie o pet ou um objeto com o motorista, sem precisar embarcar junto. O cliente pode acompanhar o trajeto pelo aplicativo.
Pensando na segurança, a empresa desenvolveu a funcionalidade "Favoritar". Depois que usuário e motorista finalizam a viagem, é possível selecionar o condutor ou o passageiro como pessoa de confiança, favoritando o perfil. O aplicativo vai unir as duas pessoas em próximas corridas.
Segundo Marcondes, para trabalhar como condutor, é preciso ter carteira de habilitação B definitiva e carro a partir de 2009 (o veículo precisa ter ar-condicionado e quatro portas). Do lucro mensal, 80% fica com o motorista. A empresa também pede a apresentação de um documento que comprove ter bons antecedentes criminais.
É preciso que o motorista escolha apenas uma das seis modalidades disponíveis para trabalhar: Garupa Já, que oferece deslocamento de pessoas em carros populares; Executivo, que disponibiliza modelos de carros de luxos e banco de couro; Empresas, que promete mais economia e flexibilidade; Kids, que tem carros com cadeiras adequadas para o transporte de crianças a partir de um ano; Pet, direcionado para animais domésticos de pequeno porte, com até 10 kg; e Garupa Objeto, que propõe "agilizar o dia a dia" transportando pequenos volumes, como caixas, compras e documentos.
A cobrança é feita somando o valor de deslocamento e do serviço escolhido. Para transporte de objetos, é cobrado 25% a mais do valor, para crianças e pets, 20%. O pagamento é feito pelo app, em cartão pré-pago ou de crédito e em dinheiro.
Modelo com "sócios-operadores"
A ferramenta também oferece um modelo de negócio em que elege interessados como "sócios-operadores". O cargo pode ser ocupado por pessoas que moram em municípios menores — na Capital, a empresa tem escritório. Segundo Marcondes, os interessados devem enviar um plano de negócios à empresa e poderão trabalhar na divulgação do app, no relacionamento com a prefeitura e com a comunidade local, no cadastro de motoristas e na escolha de carros, por exemplo.
Para se candidatar à função é preciso ser pessoa jurídica e apresentar uma planilha de investimentos com plano de trabalho para os próximos três anos. Conforme Marcondes, não há custos, mas o investimento planejado será pago pelo sócio-operador. Do lucro mensal, 50% deve retornar para a empresa.
— Nossa empresa começou com um investimento mensal de R$ 10 mil, e hoje é orçada em R$ 5 milhões. Nos consolidamos em Santa Maria, entendemos o que podíamos melhorar, e agora estamos avaliando propostas em São Paulo, Minas Gerais e Goiás — afirma Marcondes.
A expectativa é de geração de 2 mil a 3 mil vagas de emprego direto, incluindo motoristas e colaboradores, nos próximos meses na Capital.
Desenvolvida em Porto Alegre, a plataforma iniciou as operações há cerca de um ano em Santa Maria. Também funciona em outras cidades gaúchas, como Campo Bom, Passo Fundo, Pelotas e Rio Grande. A equipe que desenvolve o aplicativo trabalha no Techpark da Feevale, em Campo Bom.