Com previsão inicial de abertura de portas em novembro de 2017, o Hospital Santa Ana ainda passa por reformas estruturais. Na manhã desta sexta-feira (9), o prefeito Nelson Marchezan, o secretário Municipal de Saúde, Erno Harzheim e representantes da Associação Educadora São Carlos (AESC), mantenedora do Hospital Mãe de Deus, visitaram as obras da casa de saúde que vai somar mais de 200 leitos para Porto Alegre.
Na quarta-feira, o secretário Harzheim havia afirmado que o hospital já ofereceria novos leitos a partir de maio. Mas o novo cronograma prevê que a estrutura deva começar a receber os primeiros pacientes no segundo semestre deste ano.
O entrave para agilizar a entrega do Santa Ana foram as condições em que o prédio, datado de 1939, estava. Foram necessárias várias intervenções — como reestruturação de vigas, colunas e derrubada de paredes — para levar a reforma adiante.
— A quantidade de mudanças para que o prédio se mantenha sólido tomou um pouco mais de tempo. Não contávamos com esse contratempo. Mas qual a vantagem? É que isso já está vencido. A importação de equipamentos já está feita. É uma questão de concluir a estrutura de fato, e não é uma obra fácil — afirma o superintendente executivo da AESC, Eduardo Blanski.
Durante a visita, Marchezan e Harzheim passaram por diversas alas dos 6,9mil m² que estão em obras. Ao todo, a instituição terá 208 leitos, que devem amenizar a situação dos hospitais que atendem casos de alta complexidade na Capital.
— Serão mais de 200 leitos com características especiais: de retaguarda e longa permanência. Não será um hospital porta aberta, com emergência para atender a população. Os pacientes só serão internados após passarem pela Central de Regulação da prefeitura — explica o secretário da Saúde.
Conforme Harzheim, essa é uma saída para desafogar os hospitais conveniados ao município, ampliando o fluxo de pacientes:
— Aqui, não teremos um número de internação tão alto em função de serem vagas para hospitalização prolongada. Mas em compensação, a gente vai gerar um grande número de internações nos hospitais de alta complexidade. Tem uma meta estabelecida junto com o prefeito de reduzir o tempo de internação em Porto Alegre. E para isso, precisamos gerar novos leitos sem construí-los, pois a mesma cama, ao invés de receber três pessoas em um mês, passará a receber cinco — estima.
Satisfeito com os resultados das reformas, Marchezan aposta no Santa Ana para reforçar as vagas dedicadas à saúde mental — serão 60, divididas entre homens e mulheres.
— Quase 60% das pessoas em situação de rua têm alguma dependência química ou transtorno mental e a deficiência em Porto Alegre era justamente nessa questão. Dentro do nosso programa (de redução dos moradores de rua) estamos contando com o Santa Ana funcionando — avaliou o prefeito.
Para reformar e abrir as portas, a AESC investiu uma cifra de R$ 40 milhões. A operação será por meio de uma parceria público-privada – os custos serão divididos entre a associação e a prefeitura, que deve arcar com R$ 2 milhões mensais. O novo hospital funcionará em espaço anexo ao Hospital Espírita, na zona sul de Porto Alegre.
Ouça a entrevista com o secretário da Saúde: