Pelo menos 12 caminhões e 48 Kombis foram apreendidos desde setembro de 2017, há seis meses, quando foi colocado em prática um projeto piloto contra a coleta irregular de lixo em Porto Alegre. A ação, realizada entre a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) e a Brigada Militar, ocorreu na Zona Leste em parceria com o 11º BPM.
Segundo o secretário da pasta, Ramiro Rosário, o serviço clandestino afeta o trabalho de associações oficiais — em Porto Alegre, cerca de 200 famílias conveniadas atuam na reciclagem de lixo em 17 unidades de triagem na Capital.
— É um problema que tem se agravado nos últimos anos, e as pessoas que trabalham com isso de forma regular têm reclamado mais, porque diminuiu muito a quantidade de resíduos enviados a esses lugares. E eles vivem disso — explica Rosário.
Segundo o secretário, outro problema do serviço clandestino é que não se sabe qual será o destino dos resíduos coletados — possivelmente, sejam descartados incorretamente, poluindo o meio ambiente, argumenta.
Os veículos apreendidos também apresentavam irregularidades, como tanques de combustíveis improvisados dentro de garrafões e pneus gastos. Na ação, foram encontradas ainda pequenas quantidades de drogas e aplicadas mais de 150 multas. Pelo menos duas pessoas foragidas foram presas. Conforme Rosário, outros crimes estão ligados ao trabalho irregular.
— As pessoas que contratam esse serviço acabam contribuindo para uma engrenagem que envolve outros atos ilícitos. Muitas dessas pessoas têm ficha criminal por terem ligação com tráfico de drogas e furtos, por exemplo. É também uma questão de segurança pública — defende.
Os veículos recolhidos pela BM serão encaminhados ao depósito e podem ir leilão futuramente. Agora, a ação deve ser realizadas também em outros pontos da Capital.