A chuva torrencial e o vento forte que arrancou árvores e causou transtornos na Capital e na Região Metropolitana podem ter sido consequência de um fenômeno chamado downburst, ou microexplosão atmosférica. A avaliação é do Sistema Metroclima, vinculado ao Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (Ceic).
Trata-se de uma violenta corrente de vento descendente que, ao alcançar a superfície, se expande de forma radial, produzindo danos. É considerado um fenômeno de microescala, segundo o Metroclima.
A Somar Meteorologia ainda não qualificou o fenômeno que ocorreu na cidade, relatando que seria necessária uma reunião com meteorologistas para fazê-lo. Mas a meteorologista Maria Clara Sassaki explica que, no downburst, os ventos vão da nuvem para o solo, e, quando chegam à superfície, batem com tanta força que se espalham. As nuvens neste fenômeno são bem desenvolvidas verticalmente, atingindo entre oito e nove quilômetros, e os ventos são mais intensos de acordo com o contraste térmico — dentro da nuvem é mais frio do que na superfície.
A temperatura desta sexta-feira (9), de 36,5°C, foi a maior registrada em Porto Alegre desde dezembro de 2016. O vento em Porto Alegre atingiu pelo menos 80 km/h, marca registrada no aeroporto Salgado Filho, e, em uma hora, choveu mais de 20 milímetros.