O dia em que se comemora a Parada Livre será incluído no calendário oficial de Porto Alegre. Apresentado pelo líder do governo na Câmara,vereador Moisés Barboza (PSDB), o projeto de lei prevê que o evento seja realizado sempre no último domingo do mês de novembro. A proposta foi aprovada pelo Legislativo Municipal na última segunda-feira (5) e a lei entra em vigor a partir da data da publicação.
Moisés Barboza argumenta que "a LGBTT-fobia está sustentada historicamente por diversos fatores, desde os religiosos e morais aos de cunho político e econômico, o que resulta em um campo de debate controverso e desafiador". O líder do governo justifica que o PL atende à solicitação coletiva de entidades que lutam pelos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT).
O parlamentar destaca, ainda, que a visibilidade que a Parada Livre alcançou — sendo realizada há mais de 20 anos na Capital — repercute de forma pedagógica e muda a percepção coletiva das questões que envolvem a população LGBTT, "pois traz para a cena pública cidadãos e cidadãs que antes tinham dificuldade de assumir sua orientação sexual no espaço público". Além disso, o evento é considerado um dos mais significativos da cidade, reunindo milhares de pessoas na Redenção.
No ano passado, a 21ª edição da Parada Livre chamou atenção para o crescimento da violência contra populações vulneráveis e para a expansão de pautas conservadoras do governo, capazes de ameaçar conquistas sociais. O evento também contou, pela primeira vez, com o apoio da Região Escoteira do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre foi a primeira cidade do Brasil a ter reconhecida uma relação homoafetiva como união estável. Também foi a segunda, depois de São Paulo, a incluir a Parada Livre em sua agenda de eventos. Em 2015, foi reconhecida pelo Instituto Brasileiro de Turismo como um dos sete destinos gay-friendly do país.