Após 40 dias em greve, os servidores ligados ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) decidiram suspender a paralisação mas permanecer em estado de greve. A decisão foi tomada em assembleia na tarde desta segunda-feira (13), na Casa do Gaúcho, no Parque Harmonia.
— Retomamos as atividades em todas as áreas, mas manteremos o estado de greve (que possibilita o retorno da paralisação). Foi uma grande vitória da categoria e para a cidade de Porto Alegre. O prefeito abandonou a cidade e os servidores — disse Alberto Terres, um dos diretores-gerais do Simpa, explicando que os municipários que trabalham à noite devem voltar à rotina ainda nesta segunda-feira.
Nas próximas semanas, os servidores municipais devem seguir com atividades de análise do movimento e protestos. No dia 30, há a previsão de ocorrer uma nova assembleia para definir os rumos da mobilização.
O movimento teve início em 5 de outubro reivindicando fim do parcelamento dos salários e retirada das propostas que alteram o Estatuto dos Funcionários Públicos e a Lei Orgânica enviados pelo Executivo à Câmara Municipal. Destas, a única atendida foi a retirada de tramitação, na terça-feira (7), do projeto que previa o fim de gratificações adicionais por tempo de serviço, a transformação dos triênios em quinquênios e mudanças no regime especial de trabalho.
Outros três projetos do pacote seguem tramitando normalmente no Legislativo. Eles preveem o fim da licença-prêmio e autorizam o parcelamento de salários e a concessão dos serviços de água e esgoto.
Uma das queixas da categoria ao longo da greve é o fato de os servidores só terem sido recebidos pelo prefeito Nelson Marchezan 19 dias após a mobilização ter começado. O Simpa também reclamou que o grupo de trabalho criado pelo prefeito para debater as mudanças no plano de carreira teve os servidores excluídos.