O novo prazo estimado pela prefeitura para encerrar o contrato com o consórcio Orla Mais Alegre, que realiza as obras da orla do Guaíba, em Porto Alegre, é fevereiro de 2018. A prorrogação, oficializada no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa) desta quarta-feira, é referente a uma "margem contratual", garante o secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim), Elizandro Sabino, que ainda reitera que o objetivo segue terminar as obras até o início do verão:
— A nossa expectativa é terminar em dezembro. Mas obra é obra. Alguma eventual decorrência não planejada pode ocorrer.
O vínculo com o consórcio formado pelas empresas Procon, Sadenco e SH Estruturas Metálicas foi prorrogado por mais quatro meses – quando as obras do trecho entre a Usina do Gasômetro e a Rótula das Cuias começaram, em 2015, a conclusão estava prevista para abril de 2017 e, após, foi postergada para outubro. A prefeitura garante que o adiamento não se deu por falta de recursos – provenientes de financiamento da Corporação Andina de Fomento (CAF). Segundo a Smim, foi em razão de atraso no serviço de cabeamento de energia subterrâneo no Parque Harmonia durante o Acampamento Farroupilha, além da necessidade de reforçar a estrutura da fundação de uma das edificações da orla, que, segundo o secretário, também é motivo para um novo aditivo. Se quando começaram os trabalhos a obra estava orçada em R$ 60,6 milhões, hoje, o custo aproximado é de R$ 71 milhões.
No último mês, foi possível executar mais 4% do trabalho – 89% da revitalização está concluída. O secretário Sabino afirma que, por enquanto, não se cogita a possibilidade de fazer uma entrega parcial da obra: o objetivo é inaugurar o trecho inteiramente revitalizado.
Enquanto não conclui os trabalhos na orla, a prefeitura realiza concessões dos espaços públicos. A primeira disputa, que será realizada no dia 9, vai escolher a empresa que ficará responsável pela manutenção da área. O vencedor poderá instalar placas, sem exploração comercial. O contrato terá duração de um ano e poderá ser prorrogado por igual período.
A próxima concessão a ser lançada prevê a escolha dos permissionários que irão administrar as áreas comerciais – o edital deve ser divulgado até o mês que vem.
Andamento das obras
Conclusão geral: 89%
Itens
— Implantação vegetal: 48%
— Quadras esportivas: 50%
— Bilheteria: 64% (trata-se da estrutura que engloba a antiga tremonha, projetada para servir de bilheteria ao ancoradouro, revestida em vidro e aço)
— Bar Quase Meia Noite: 75% (restaurante circular com piso, teto e fechamentos laterais em vidro)
— Passeios: 79% (duas Ciclovias – uma no nível da Avenida Edvaldo Pereira Paiva e outra no nível do Guaíba – e pavimentações gerais, incluindo um piso iluminado em fibra ótica e pavimentação em concreto em todo entorno da Usina do Gasômetro)
— Edificações: 81% (quatro bares, dois espaços para vendedores ambulantes, um vestiário e um espaço para a Guarda Municipal)
— Arquibancadas: 84% (estruturas em concreto armado destinadas a contemplação e acesso ao rio)
— Infraestrutura: 89% (redes de energia elétrica, água, esgoto, pluvial e gás natural)
— Reservatório: 98% (estrutura metálica de 23 metros de altura destinada a reservar água para abastecer o complexo)
— Deques: 99% (estrutura que avança sobre a água, com piso em madeira)
— Passarelas: 100% (estrutura metálica que adentra o Guaíba para passeio)
— Postes inclinados: 100%
— Ancoradouro: 100%
— Praça Júlio Mesquita: 100% (inaugurada)
Linha do tempo das obras de revitalização
Fevereiro de 2012
O arquiteto Jaime Lerner e o prefeito José Fortunati apresentam o projeto. Pretendia-se começar as obras até julho e concluí-las em 2013.
Outubro de 2013
Uma audiência pública discute a obra. A prefeitura justifica o atraso pelo fato de que projeto é "mais profundo do que se imaginava".
Novembro de 2013
O TCE questiona o custo de diversos itens a fim de evitar o risco de sobrepreço. O município começa a revisar o projeto.
Agosto 2014
Revisto, o projeto é entregue com um custo 22% inferior ao previsto. De R$ 74 milhões estipulados anteriormente, o orçamento recua para R$ 57,4 milhões.
Dezembro de 2014
A primeira licitação recebeu duas propostas. Porém, ambas acabaram desclassificadas. Uma apresentou preço além do previsto no edital, e outra teve problemas com a documentação exigida.
Março de 2015
A sessão destinada a receber novas propostas de empresas (desta vez, incluindo também interessados de outros países) termina sem nenhum interessado.
Junho de 2015
Novo edital da reformulação da orla é anunciado para o dia 3, com preço R$ 10 milhões superior ao da última licitação. Cinco empresas participaram, e o consórcio Orla Mais Alegre, das empresas Procon, Sadenco e SH Estruturas Metálicas, sai vencedor.
Outubro de 2015
Foi dada a largada para as obras de revitalização da orla do Guaíba, em Porto Alegre. E parecia haver pressa: enquanto o prefeito Fortunati assinava a ordem de início, caminhões de limpeza trabalhavam na Prainha do Gasômetro, preparando o terreno para as máquinas. A estimativa da prefeitura era de que os trabalhos estivessem concluídos em 18 meses (abril de 2017).
Agosto de 2016
As obras atingem 50%. O prefeito Fortunati afirma que a inauguração do trecho seria ainda naquele ano (apenas a Praça Júlio Mesquita seria entregue, em dezembro).
Fevereiro de 2017
Faltando dois meses para o prazo de entrega das obras da orla, a gestão de Nelson Marchezan prorrogou para outubro. À época, o arquiteto Oscar Eduardo Coelho justificou que, ao longo de 2016, a obra andou em ritmo mais lento em função de não ter o recurso internacional assegurado, pois o contrato com a Corporação Andina de Fomento (CAF) foi assinado em dezembro.
Setembro de 2017
Um mês antes do novo prazo de finalização das obras, foi divulgado um novo adiamento. O município decidiu aguardar pela licitação que vai conceder a permissionários os espaços de bares e lancherias. O secretário de Infraestrutura e Mobilidade Urbana (Smim) afirmou que as equipes trabalhavam para liberar a orla para o começo do verão, "entre novembro e dezembro.