A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) pretende implantar faixas exclusivas para ônibus em horários de pico na Avenida Juca Batista, na zona sul de Porto Alegre, e na Rua Siqueira Campos, no Centro Histórico. Com estudos concluídos, o cronograma das alterações ainda está em elaboração.
Após análises, as duas vias foram priorizadas em relação à Avenida Ipiranga e outras ruas, incluídas em um projeto em 2016 para receber o espaço reservado. Segundo a EPTC, a mudança de foco é resultado da verificação de fenômenos no trânsito nos eixos Nonoai-Cavalhada e Icaraí-Chuí, na Zona Sul, e na Avenida Assis Brasil, do Terminal Triângulo à Fiergs, na Zona Norte — locais que já contam com a faixa preferencial.
De acordo com a diretora técnica da EPTC, Carla Meinecke, o principal causador de atrasos na Assis Brasil era uma parada próxima à Rua Abaeté, não o trânsito compartilhado com carros. O local concentrava o embarque de linhas urbanas e metropolitanas — umas atrapalhando as outras. Agora, as paradas estão em pontos diferentes. Na Cavalhada, também foi feito o remanejo de paradas, além da reprogramação do tempo de semáforos.
— É necessário um planejamento mais abrangente do que apenas a implantação de uma faixa preferencial. É uma visão sistêmica, de rede. As soluções ao longo dos trechos e entre avenidas podem variar — salienta Carla.
Na Siqueira Campos, o corredor deve se estender da Avenida Presidente João Goulart até a Uruguai, a uma quadra do Mercado Público. Na Juca Batista, a faixa exclusiva deve ser implantada ao longo do trecho duplicado, entre as rótulas da Edgar Pires de Castro e da Cavalhada. A EPTC ainda avalia se haverá conexão direta entre a Juca Batista e a Cavalhada — onde a faixa atualmente termina no cruzamento com a Avenida Eduardo Prado.
Segundo o engenheiro civil e doutor em Transportes pela UFRGS João Fortini Albano, o ideal seria que houvesse continuidade para os corredores. Porém, admite, trata-se de uma implantação difícil de ser executada.
— Em tese, a faixa deverá reduzir o tempo de deslocamento dos ônibus. Mas o grau de complexidade é grande. Então, é bom fazer por partes, com tempo para acostumar os motoristas — avalia.