Sem diretores, com a perspectiva de ser extinto e no centro de denúncias de má gestão em contratos com terceirizadas, entre elas, a Cooperativa dos Trabalhadores Autônomos das Vilas de Porto Alegre (Cootravipa), o Departamento de Esgotos Pluviais (DEP) de Porto Alegre foi invadido na madrugada desta sexta-feira (2).
É a quinta vez desde outubro passado que ocorre um arrombamento no departamento. Uma equipe do departamento de Criminalística esteve no local, e a polícia já intimou servidores e o secretário de Serviços Urbanos, Ramiro Rosário, para prestarem depoimento à tarde.
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Desta vez, o alvo foi a Divisão de Conservação (Dcon) do DEP. A invasão teria ocorrido por uma janela, que ficou com o vidro quebrado. Foram abertos armários, gavetas e espalhados documentos, entre eles, fotos de Casas de Bombas.
A Dcon é o setor que cuida dos serviços de manutenção de redes pluviais na cidade, como desentupimento de redes subterrâneas, de bueiros e também da operação das Casas de Bombas, que esta semana apresentaram diversos problemas, contribuindo para os alagamentos decorrentes da chuva.
O ataque foi percebido por volta das 8h. Inicialmente, os servidores não deram falta de nada. O clima no local era de desânimo, já que nem diretores o DEP tem atualmente, além de estar sob ameaça de extinção, que foi proposta pelo prefeito Nelson Marchezan (PSDB).
Também há problemas com contratos, que se encerraram esta semana deixando o DEP sem serviço de manutenção de redes pluviais. O trabalho era feito pela Cootravipa, a maior terceirizada contratada pela prefeitura. Esta semana, Zero Hora publicou reportagens sobre irregularidades na prestação de serviços pela cooperativa.
Depois de encerrada a perícia no local, a polícia intimou servidores e os secretario Ramiro para depor. O delegado Max Otto Ritter, da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Administração Pública e a Ordem Tributária (Deat) já tem dois inquéritos relacionados ao DEP.
Um é sobre irregularidades reveladas por ZH ano passado na série de reportagens Dinheiro pelo Bueiro. O outro apura um incêndio criminoso ocorrido em outubro – que foi a primeira invasão registrada depois de denúncias virem à tona.
