O diretor-geral do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), André Carús, pediu demissão do cargo nesta sexta-feira (25). A decisão foi divulgada um dia após o departamento e a residência de Carús serem alvo de mandados de busca e apreensão por parte do Ministério Público, que investiga denúncias de irregularidades no DMLU.
Em carta pública divulgada hoje - e endereçada ao prefeito José Fortunati - Carús afirmou que a decisão é a "mais sensata para o momento". Diz ainda que a "moralidade" e a "seriedade" sempre orientaram as suas atitudes "como cidadão ou gestor público". O agora ex-diretor-geral não detalha, na carta, pontos a respeito das denúncias investigadas. Alega, no entanto, que não tem nada "a esconder ou a temer diante da situação que foi posta".
O prefeito José Fortunati minimizou a demissão de Carús, afirmando que a saída dele segue o padrão adotado pela prefeitura, de exonerar agentes que estejam sendo investigados. Falou que todos os fatos expostos pelo Ministério Público já eram de conhecimento do município e que, inclusive, providências foram tomadas para estancar as irregularidades.
"Carús solicitou a exoneração para que não paire qualquer dúvida sobre a investigação. Queremos mostrar claramente que não temos nada a esconder", afirma José Fortunati.
DMLU
André Carús assumiu o departamento em 1º de janeiro de 2013. A partir de janeiro, ele ocupará uma cadeira na Câmara. Ele foi eleito vereador com 6.882 votos. Em seu lugar no DMLU, assumirá o atual diretor adjunto, Vercidino Albarello.
Irregularidades
Este mês a Gaúcha produziu série de reportagens sobre as denúncias de irregularidades no DMLU. Documentos internos da prefeitura apontam descontrole na execução de contratos por empresas terceirizadas do DMLU. Num dos casos, ficou comprovado em relatórios de fiscalização do próprio departamento que a empresa terceirizada Belém Ambiental misturava restos de obra ao lixo domiciliar coletado para faturar mais, já que o pagamento é feito por peso de carga. A empresa inclusive admitiu a fraude e terá de devolver aos cofres públicos R$ 164 mil.
Em outra situação, a Cootravipa, cooperativa que executa capina e limpeza da cidade, foi flagrada com menos trabalhadores do que o previsto em contratos. A mesma cooperativa teve um pagamento suspenso pelo DMLU por suspeita de superfaturamento. Cobrou R$ 240 mil para fazer a limpeza das vias após o temporal que provocou destruição em Porto Alegre, em 29 de janeiro deste ano.