Um evento realizado na tarde deste sábado levantou uma questão: e se trocássemos ruas, em que só andam carros, por praças, onde pessoas podem aproveitar espaços abertos? Essa é a proposta do "E se Aqui Fosse uma Praça?", encontro realizado pelo coletivo Mobicidade, que discute mobilidade urbana e aproveitamento de espaços das cidades. Por volta das 18h, cerca de 40 pessoas fechavam o cruzamento entre as ruas Irmão José Otão e Barros Cassal, na região central de Porto Alegre.
O local onde o evento foi realizado é um acesso à Barros Cassal pela José Otão, separado da via principal por um canteiro. Com autorização da EPTC, os organizadores bloquearam o acesso e instalaram faixas e projetores na rua. Um dos organizadores do evento, Marcelo Guidoux Kalil, diz que a iniciativa não atrapalhou o trânsito do local e foi inclusive elogiada por moradores da região e motoristas que passavam por ali.
- Quais são as prioridades das cidades? Segundo a legislação, são as pessoas. Mas a gente não vê isso acontecendo. Se a gente investisse mais em praças e espaços urbanos, até a segurança ganharia, porque mais pessoas estariam ocupando esses lugares - diz Kalil.
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Durante todo o fim de tarde do sábado, o encontro teve apresentações musicais e transmissão de slides sobre mobilidade urbana que mostravam como cidades ao redor do mundo melhoraram seus problemas de trânsito com iniciativas que beneficiavam mais o pedestre do que o motorista. Segundo Kalil, essa é uma tendência mundial que deve crescer nos próximos anos.
- Em 2013, todos aqueles movimentos ao redor do mundo, principalmente a Primavera Árabe, começaram também por motivos que tinham a ver com mobilidade urbana e espaços públicos. É um sinal. A maioria das pessoas está morando nas cidades, mas o espaço para essas pessoas só diminui. Isso tem que ser rediscutido.