Não houve nenhum avanço, nesta terça-feira (04), referente às negociações entre rodoviários e empresas de ônibus. Ao longo da tarde, o Tribunal Regional do Trabalho conversou com os grevistas e tentou agendar uma reunião de conciliação com o sindicato patronal, sem sucesso. A entidade disse que só volta à mesa de negociação se os rodoviários cumprirem a decisão judicial que prevê 70% da frota nas ruas, nos horários de pico.
A desembargadora Ana Luiza Kruze informou que fará uma nova tentativa de agendar uma reunião de mediação nesta esta quarta-feira (05). Ela espera sensibilizar o sindicato das empresas de ônibus a retomar o diálogo.
"Estamos abertos a negociação. No entanto, a assembleia da categoria decidiu pela continuidasde de 100% da greve", afirmou o presidente da comissão de negociação Alceu Webber, ao descartar o retorno dos ônibus às ruas da Capital. O sindicato das empresas também informou que irá cortar o ponto dos grevistas e já analisa demissões por justa causa.
A prefeitura de Porto Alegre pedirá, novamente, à Metroplan, que libere o embarque e desembarque de passageiros da Capital nos ônibus metropolitanos. O superintendente da fundação, Oscar Escher, disse ao Gaúcha Repórter, que a proposta será levada a um conselho. Ele teme reação dos rodoviários da Região Metropolitana.
Greve dos rodoviários
A paralisação da categoria teve início no dia 27 de janeiro, com a manutenção de 30% da frota em circulação. No segundo dia de greve, os rodoviários decidiram pela paralisação total das atividades após a Justiça determinar que pelo menos 70% da frota circulasse nos horários de pico. Na quinta-feira, algumas empresas voltaram a colocar ônibus nas ruas, mas na sexta os sindicalistas descumpriram novo acordo com a Justiça e houve greve geral.
A prefeitura entrou com ação judicial pedindo apoio da Brigada Militar para garantir a saída dos ônibus das garagens e chegou a cogitar a utilização da Força Nacional de Segurança para resolver o impasse. No fim da tarde de sexta-feira, os rodoviários decidiram, em nova assembleia, manter a paralisação geral. No sábado, o prefeito José Fortunati anunciou o uso de vans escolares no transporte de passageiros na Capital. Uma nova proposta foi acordada entre empresários e rodoviários na segunda-feira. O acordo, porém, foi rejeitado pela assembleia da categoria.