Ruas e avenidas alagadas, trechos de vias e rodovias bloqueados, sinaleiras fora de operação, casas destelhadas, famílias desalojadas. Este é o cenário que marcou a manhã desta sexta-feira (9) no Rio Grande do Sul, após chuva intensa que atingou diferentes regiões. Até o meio-dia, estão mantidos os três alertas do Inmet de perigo e grande perigo para todas as áreas do Estado.
Ao menos sete municípios gaúchos registraram chuva acima de 120 milímetros em 24 horas, conforme dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Nas últimas 12 horas, entretanto, os volumes foram mais expressivos.
Entre as áreas mais afetadas estão a Região Central — onde o volume de chuva chegou a 188,2 milímetros em Cachoeira do Sul e a 162,6 milímetros em Faxinal do Soturno — e a Fronteira Oeste, que marcou 147,2 milímetros em Alegrete e 144,4 milímetros em Rosário do Sul.
Veja a situação em diferentes cidades gaúchas
Porto Alegre
Em Porto Alegre, não estão funcionando as tendas de apoio no atendimento a casos de dengue montadas ao lado das unidades de saúde Modelo, Primeiro de Maio, Santa Fé, Camaquã e Timbaúva. As estruturas, fornecidas pelo Exército, foram alagadas e precisaram ser desativadas temporariamente. O atendimento nas unidades, contudo, segue normalmente.
De acordo com dados divulgados pela prefeitura da Capital, a Zona Sul foi a região com o maior o volume de chuva. No Lami, foram registrados 52 milímetros e no Guarujá 48,2 milímetros. Na sequência, vem o bairro Arquipélago, com 19 e 24,5 milímetros nas Ilhas dos Marinheiros e da Pintada, respectivamente. A Zona Leste teve 17,1 e 24,1 milímetros, registrados na Lomba do Sabão e Rua da Represa, respectivamente. Na Zona Norte, os bairros Passo das Pedras e Vila Farrapos registraram 12,8 milímetros. Já no Sarandi, foram registrados 13,8 na altura da Nova Brasília e 12,2 na altura da Assis Brasil.
Com a previsão de temporais, o Dia D de vacinação contra a gripe, marcado para sábado (10), foi transferido para 24 de maio. O passe livre nos ônibus da Capital foi alterado para o dia da mobilização.
Região Central
Em Santa Maria, dos 40 bairros da cidade, 15 registram alagamentos. De acordo com a Defesa Civil, quatro famílias estão desalojadas e duas tiveram as casas destelhadas. No bairro Medianeira, o muro de uma escola cedeu.
De acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), a RS-287 precisou ser bloqueada na altura do km 167 devido à água que se acumulou sobre a pista. O Arroio Barriga invadiu a pista em Novo Cabrais, interrompendo o fluxo entre Santa Cruz e Santa Maria. Para chegar da Capital a Santa Maria, alternativa é a BR-290.
O gerente de Engenharia da concessionária Rota de Santa Maria, Ramon Becker afirma que a companhia já está atuando na recuperação da travessia. Os trabalhos iniciaram assim que o nível da água começou a recuar.
— Já estamos em obra, já estamos recompondo a pista. Trabalharemos até às 18 horas para recompor o desvio e liberar o tráfego no regime de para e siga — promete.
Em Cachoeira do Sul, o rompimento do Arroio Taboão, no distrito de Três Vendas, fez com que duas pessoas precisassem ser resgatadas. Não há registro de desalojados ou desabrigados, mas há diversos pontos de alagamentos no município.
Em Faxinal do Soturno, diversas estradas foram interrompidas e pontos de alagamento foram registrados na cidade.
Aulas foram canceladas total ou parcialmente em São Pedro do Sul, São Sepé, Vila Nova do Sul, Paraíso do Sul e Agudo. Em alguns casos, o transporte escolar não pôde ser feito para o interior dos municípios.
Campanha
Um gabinete de crise foi criado em Caçapava do Sul para atender às principais ocorrências e donativos devem começar a ser distribuídos nesta sexta-feira.
Hulha Negra teve cancelamento de aulas devido ao mau tempo.
Fronteira Oeste
Em Alegrete, o Rio Ibirapuitã atingiu a cota de 7, 5 metros nesta sexta-feira (9), atingindo a cota de alerta. O transbordo acontece quando a água alcança 9,7 metros.
O Instituto Federal Farroupilha estima prejuízo de cerca de R$ 1 milhão em decorrência dos estragos do temporal. Estruturas do Instituto foram destelhadas e equipamentos de tecnologia foram danificados.
Norte do RS
O vento forte em Soledade, no norte do RS, arrancou telhados inteiros e pelo menos cem casas foram atingidas. Vistorias estão sendo realizadas por órgãos de segurança em áreas atingidas.
Sul do RS
São Lourenço do Sul, Cristal, Camaquã e Chuvisca cancelaram as aulas por causa do temporal.