O jornalista pernambucano José Teles lança na Feira do Livro a nova edição de Do Frevo ao Manguebeat (2000), obra que trata da importância da música pernambucana, destacando a cena local e a fusão do rock com os ritmos locais. Nesta quinta, a partir das 19h, ele participa de uma mesa-redonda sobre o movimento tropicalista. Às 20h30, ele autografa o livro na Sala dos Jacarandás, no Memorial do RS.
Zero Hora - Qual foi seu foco em Do Frevo ao Manguebeat?
José Teles - Uma breve história da música pernambucana em particular e capítulos pouco conhecidos da música brasileira. A história da música e das artes em geral no Brasil é contada tendo como centro Rio ou São Paulo. Os historiadores ignoram outros locais importantes como Rio Grande do Sul e Pernambuco, e movimentos como o udigrudi pernambucano dos anos 1970 e ainda o disco Paêbiru (1974), de Lula Côrtes e Zé Ramalho.
Zero Hora - Qual seria a comparação de agora com a cena de Recife da década de 1990?
José Teles - Nos anos 1990, foi de retomada de uma pujança na música e na cultura pernambucana que sempre houve e que havia se perdido nos anos 1980. Hoje os novos artistas dão continuidade a isso graças à abertura proporcionada pelos mangueboys.
Zero Hora - O que causou a projeção do movimento manguebeat em Recife?
José Teles - Foi um inevitável movimento cíclico que acontece num período de mais ou menos 10 anos. O BRock estava repetindo fórmulas. A MPB vivia ainda à sombra da geração dos festivais. Chico Science & Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, Mestre Ambrósio e outros chegaram com novas informações, fazendo a roda girar novamente.