Os quatro bicicletários instalados na Praça da Alfândega e no Cais do Porto para a Feira do Livro geraram polêmica nas redes sociais e em blogs especializados no último final de semana. Um post na página da uma empresa prestadora de serviços de entregas usando bicicletas com uma foto de um dos bicicletários e reclamando da falta de segurança do local teve mais de 50 comentários e 60 curtidas.
O responsável pela página da empresa, Alex Magnum, disse ter encontrado a foto em meio a uma discussão no Twitter e decidido compartilhá-la no Facebook por ter considerado os bicicletários da Feira impróprios.
- Vi os bicicletários pessoalmente. O bicicletário é um cavalete em que tu só consegue prender a bicicleta de lado e qualquer um consegue arrastá-lo. Ele deveria ser fixo porque estão acontecendo muitos roubos de bicicletas na cidade - afirma Alex Magnum. Para ele, deveria haver bicicletários permanentes na Praça da Alfândega.
O fotógrafo, ciclista e autor do blog Bikes do Andarilho, Roberto Furtado, disse ter visitado a Feira do Livro no feriado de Finados e criticou a estrutura oferecida.
- O bicicletário é um cavalete de contenção. Eu consigo carregá-lo sozinho se quiser. Hoje quem usa bicicleta como meio de transporte tem bikes caras e está sujeito a furtos. Talvez a solução para esses bicicletários da Feira fosse prendê-los com uma corrente grossa num poste, para que não ficassem soltos _ avalia Roberto.
Ele afirma que, ao prender a bicicleta na estrutura, o suporte quase caiu.
- Ele pode cair e machucar alguém. Seria melhor se as pessoas pudessem prender suas bicicletas nos postes _ critica Roberto.
O engenheiro responsável pela montagem da Feira do Livro, Eduardo Bergallo, afirma que os bicicletários são uma iniciativa conjunta entre a organização da Feira e o Detran e que já é o 5º ano em que eles são utilizados na Feira do Livro.
- Temos pouca verba, não podemos ter nada fixo no chão na Praça da Alfândega nem podemos ocupar muito espaço. O bicicletário é feito em bretes metálicos e tem mais de 20 kg. Seria muito difícil alguém carregar o bicicletário junto com as bicicletas sem que algum dos 30 seguranças que temos na praça visse. Nesses cinco anos não tivemos nenhuma ocorrência _ afirma o engenheiro.
Bergallo rebate as críticas de que as bicicletas não caberiam no espaço entre os bretes.
- As bicicletas cabem no espaço. Quando um coloca certo, os outros seguem. Talvez para o próximo ano tenhamos que colocar instruções de uso _ avalia Bergallo.