O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse em entrevista transmitida no domingo (10) ao podcast PODK Liberados, dos senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Leila Barros (PDT-DF), que Nicolás Maduro é "problema" da Venezuela, não do Brasil.
— Não posso ficar me preocupando em brigar com Nicarágua e Venezuela, preciso brigar para fazer esse país dar certo — afirmou o petista.
Lula disse ainda que não cabe a ele questionar a Suprema Corte de outro país, em referência à instância máxima do Judiciário da Venezuela, que avalizou a reeleição de Maduro nas eleições de julho, apesar das denúncias de fraude.
— Quero que a Venezuela viva bem, e eu vou cuidar do Brasil — afirmou.
Relação com Trump
Lula também disse que pretende manter uma relação de chefe de Estado com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, a despeito das diferenças políticas com o republicano.
— Não cabe a mim gostar de Trump, cabe entender que o povo americano foi soberano para eleger seu presidente — afirmou o petista.
Lula destacou a relação do Brasil com os Estados Unidos e disse esperar manter o vínculo de forma civilizada.
— Espero que Trump trabalhe pela paz e pelo povo americano, e espero ter uma relação civilizada — disse Lula, ao relembrar os bons contatos que manteve com George W. Bush e Barack Obama durante os dois mandatos anteriores, entre 2003 e 2010.
PEC da Segurança
Sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, Lula disse que pretende discutir o assunto com os governadores.
— Queremos compartilhar (a segurança) com os Estados para que a sociedade brasileira possa viver mais tranquila — disse o petista.
O presidente ainda disse que governo federal não tem interesse em tomar a atribuição dos governadores ou das Polícias Militares.
O chefe do Executivo também citou a importância do diálogo, inclusive com opositores, algo que, na opinião dele, não ocorria na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
A PEC é uma investida do governo para tentar minimizar os problemas da segurança pública, um dos setores mais mal avaliados do governo.
Um dos pontos centrais do texto é a inclusão na Constituição do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), a exemplo do que ocorre com o Sistema Único de Saúde (SUS).