O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (11) o andamento do processo contra o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que averigua o episódio em que o parlamentar expulsou um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) da Casa a chutes. O caso começou a ser apreciado no final de agosto.
Glauber protestou e disse que o relatório foi "comprado" pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a quem também chamou de "bandido". A votação terminou com 10 votos favoráveis ao relatório contra o parlamentar e dois contra.
Agora, Braga terá 10 dias úteis para apresentar uma defesa escrita. Em seguida, abre-se o prazo de 40 dias úteis para instrução probatória, com a solicitação de documentos e oitivas de testemunhas do relator e de Glauber.
O deputado Alexandre Leite (União-SP) disse que vai pedir a suspensão cautelar de Glauber. A suspensão cautelar é um mecanismo criado por Lira e aprovado em junho deste ano, que permite que a Mesa Diretora imponha uma suspensão do mandato de um parlamentar por até seis meses.
A Mesa pode oferecer uma proposta de suspensão ao Conselho de Ética, que pode julgar o caso em até três dias. Se aprovado, o parlamentar pode recorrer da decisão no plenário da Câmara. Manifestantes protestaram com gritos de "Glauber, fica" após o anúncio do resultado.
Kim Kataguiri (União-SP), que é integrante do MBL, participou da sessão e fez ataques a Glauber.
— O futuro ex-deputado Glauber Braga, sabemos que é um desequilibrado. Não é de hoje que ele atua xingando e partindo para cima de colegas dentro desta Câmara — afirmou.
— Essa é uma batalha que vai ser dura nos próximos dias e que pode vir a ter o afastamento cautelar, simplesmente porque eu não abaixei a cabeça [...]. Não vamos dar um passo atrás, vamos continuar com nossa linha política, mostrando que aconteceu, e mostrando que acontece uma perseguição objetiva articulada pelo senhor Arthur Lira — discursou Glauber a apoiadores.