Em entrevista na manhã desta quinta-feira (14) ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, falou sobre as ações realizadas nos primeiros cem dias após a enchente que atingiu o Estado no mês de maio. Entre elas, Leite destacou as iniciativas em relação à mitigação de novos desastres naturais.
Um dos projetos citados pelo governador, é o estudo feito pela Universidade do Vale do Taquari (Univates), que irá analisar as áreas de risco da região e que deve ser entregue na próxima semana.
— O primeiro produto dessa contratação que a gente fez é justamente essa análise das áreas de risco. A partir disso, virão outros produtos, inclusive relativos aos planos diretores daquelas cidades pra que o desenvolvimento urbano desses municípios se dê nas localidades sem risco, e que a gente possa converter as áreas de risco em áreas de uso restrito — explicou.
Eduardo Leite também falou sobre as medidas necessárias para transformar esses locais que não devem ser habitados em ferramentas para a contenção de enchentes:
— Não basta simplesmente impedir que as pessoas construam lá. É fundamental que a gente transforme essas áreas em parques ou cidades esponja e faça com que aquela região uma vez alagada não comprometa a vida das pessoas.
Para auxiliar neste processo de proteção das cidades, um comitê científico com mais de quarenta pessoas foi criado. De acordo com Leite, projetos estão sendo feitos, mas é preciso de cuidado e responsabilidade para executá-los.
— Tudo isso tem que ser feito com muita responsabilidade. Todo projeto que vai ser feito pra blindar uma cidade, blinda aquele local, mas pode afetar outra localidade pra onde a água não estava indo. Se a água deixou de ir pra algum lugar, ela vai encontrar o seu curso pra outro outra localidade e afetar outras pessoas. Então essa é a complexidade desses projetos. Mas o importante é, tem projetos sendo feitos — afirmou.
Moradias
O governador Eduardo Leite também falou sobre a situação das moradias, que até o momento não foram entregues a nenhuma das famílias afetadas pela enchente.
De acordo com ele, o maior compromisso em relação às casas foi firmado pelo governo federal:
— A maior parte dos compromissos assumidos são do governo federal, isso aqui não se trata sobre jogar responsabilidades. É um fato, né? Que o grande programa habitacional que foi apresentado é o do Minha Casa Minha Vida.
Quanto aos programas do Estado, o governador atribuiu a demora a uma série de processos que precisam ser feitos para garantir a segurança dos moradores.
— Você tem um processo de identificação de terreno seguro. Identificado esse terreno que muitas vezes não é uma área pública e tem que fazer a desapropriação. Feita a desapropriação, você tem um uma necessidade de preparação desse terreno que envolve análises ambientais, licenciamentos, enfim, que acabam sendo muito mais demorados o que a gente gostaria — afirmou.