O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que caberá ao colega das Comunicações, Juscelino Filho, decidir se irá permanecer no cargo enquanto se defende das acusações que levaram a seu indiciamento nesta semana pela Polícia Federal (PF). A corporação imputa a Juscelino supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa após investigar desvios de verbas na Codevasf.
Segundo a PF, Juscelino Filho, quando era deputado federal, destinou recursos do orçamento para asfaltar estrada que passa na fazenda de sua família no interior do Maranhão. Depois de assumir o cargo no governo Lula, o ministro usou avião da FAB para ir assistir leilão de cavalos em São Paulo.
Relatório da Controladoria-Geral da União confirmou que a aplicação do dinheiro público no asfaltamento beneficiou diretamente as propriedades de Juscelino e família.
— Se ele considera que pode se defender, ocupando o cargo, fazendo o bom trabalho que está fazendo no Ministério das Comunicações, é óbvio que é uma questão individual dele — disse.
— Eu tenho sentimento que até agora ele foi se explicar, foi se defender ocupando e exercendo um bom trabalho no Ministério das Comunicações — afirmou.
Padilha reiterou que Juscelino conta com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para se defender e dele próprio.
— Nós vamos sempre primar pela presunção da inocência, até porque a gente já viu muita gente ser injustamente condenada publicamente e depois ser visto que não tinha qualquer responsabilidade sobre aquele fato — acrescentou.
— O ministro Juscelino conta, não só comigo, mas certamente com o presidente Lula, com todo o espaço para se defender, para poder provar sua inocência — afirmou.
Em viagem internacional nesta semana, Lula disse que conversará com o ministro das Comunicações na volta ao país.
— Digo para todo mundo, só você sabe a verdade. Se você cometeu erro, reconheça que cometeu. Se não cometeu, brigue pela sua inocência — afirmou o presidente.
Em nota divulgada, o ministro afirmou que o indiciamento é "uma ação política e previsível". "Parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito", indicou. Segundo ele, a investigação "repete o modus operandi da Operação Lava Jato".