O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres não permaneceram em silêncio nos depoimentos prestados nesta quinta-feira (22) no âmbito do inquérito que investiga suposta tentativa de golpe de Estado. Eles decidiram responder aos questionamentos da Polícia Federal (PF).
A PF intimou 23 pessoas para serem ouvidas simultaneamente na investigação. Os depoimentos foram marcados no mesmo dia e horário para prevenir a combinação de versões. Mas a estratégia dos investigadores acabou frustrada pelas defesas. O ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns dos aliados decidiram não responder às perguntas. Eles alegam que não tiveram acesso a todas as provas que fundamentaram a operação Tempus Veritatis. O maior interesse é em torno das conversas de WhatsApp obtidas pela PF.
A investigação se debruça sobre a trama golpista que teria sido articulada por aliados próximos do ex-presidente para anular o resultado da eleição e mantê-lo no poder.
O advogado Marcelo Bessa, que representa Valdemar, informou que ele respondeu todas as perguntas dos investigadores.
— A defesa não fará qualquer comentário sobre as investigações — afirma.
Anderson Torres também busca demonstrar uma postura colaborativa. O advogado Eumar Novacki, que representa o ex-ministro, confirmou que ele não ficou em silêncio.
— Reafirma, assim, sua disposição para cooperar com as investigações e esclarecer toda e qualquer dúvida que houver, pois é o maior interessado na apuração isenta dos fatos — disse.
Bolsonaro chegou a tentar um salvo-conduto no STF para ser dispensado do depoimento, mas o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido e informou que o ex-presidente era obrigado a se apresentar na sede da Polícia Federal, mesmo que não fosse responder às perguntas.