Neste sábado (10), o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O político foi preso na última quinta-feira (8), quando a Polícia Federal encontrou uma arma de fogo com posse irregular em sua casa durante buscas da Operação Tempus Veritatis. Os federais encontraram também uma pepita de ouro que, segundo a primeira perícia da PF, tem origem em garimpo.
Nesta sexta-feira (9), o dirigente passou por audiência de custódia na Superintendência Regional da Polícia Federal, no Distrito Federal.
— Algumas circunstâncias específicas devem ser analisadas, uma vez que o investigado é idoso, tendo 74 anos, e não teria cometido os crimes com violência ou grave ameaça, tendo sido os objetos encontrados dentro de sua residência, no momento do cumprimento de mandado de busca e apreensão — justificou Moraes.
A defesa de Costa Neto afirmou que a posse de pedra "não configura delito, segundo a própria jurisprudência". Além disso, em nota, também apontou que a arma é registrada, tem uso permitido, pertence a um parente próximo e foi esquecida há vários anos no apartamento dele.
Valdemar entrou na mira da Polícia Federal porque, segundo os investigadores, usou dinheiro do Partido Liberal para reforçar a falsa narrativa de fraude nas urnas e, com isso, tentar legitimar as manifestações de bolsonaristas que começavam a se espalhar próximo a instalações das Forças Armadas, após o segundo turno das eleições de 2022. Segundo a PF, o partido foi "instrumentalizado".
O ponto alto da estratégia foi a ação movida pelo partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tentar anular os votos de 279,3 mil urnas eletrônicas alegando que houve "mau funcionamento" do sistema. O partido foi multado por "má-fé".
Após o segundo turno, o PL pediu uma "verificação extraordinária" das urnas usadas na eleição. O partido afirmou, sem provas, que houve "quebra de confiabilidade dos dados extraídos" de parte dos aparelhos.