Correção: a mais recente live do ex-presidente foi realizada em um salão do Hotel Fasano, em Angra dos Reis, e não na casa de praia da família Bolsonaro, como publicado entre 10h30min e 18h49min de 29 de janeiro. O texto já foi corrigido.
A Polícia Federal cumpriu, nesta segunda-feira (29), mandados de busca e apreensão em nova etapa da operação que investiga as atividades da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o mandato de Jair Bolsonaro. Entre os alvos da ação está Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente.
Um dos mandados foi na casa da família Bolsonaro em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro. Na cidade, a família havia se reunido no fim de semana, no Hotel Fasano, para realizar uma live, transmitida no domingo (28). As informações são do colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
A família usou a transmissão para divulgar o lançamento de um curso de preparação de candidatos conservadores, inspirado nos cursos virtuais do escritor Olavo de Carvalho, morto em 2022.
No amanhecer desta segunda-feira, antes da operação, o ex-presidente e os filhos saíram de casa de barco para ir pescar.
Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão: cinco no Rio de Janeiro, um em Brasília, um em Formosa (GO) e um em Salvador. Também são alvos da ação duas assessoras do gabinete de Carlos na Câmara de Vereadores. A suspeita é de que eles pediam informações para o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.
Na capital baiana, segundo a PF, foram encontrados três computadores na residência de Giancarlo Gomes Rodrigues, que atuou como ex-assessor do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e na agência. A TV Globo apurou que um dos equipamentos apreendidos na casa de Rodrigues pertence à Abin e que a esposa de Rodrigues é servidora da agência. Em buscas na internet, o nome de Rodrigues aparece como militar do Exército.
O objetivo da investida desta segunda-feira é identificar possíveis destinatários de informações colhidas supostamente de forma ilegal pela agência.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em sua decisão que autorizou a operação na quinta-feira da semana passada (25), alegou que Ramagem utilizou a agência para conduzir atividades de espionagem ilegal em favor da família do ex-presidente Jair Bolsonaro.
As investigações da PF indicam que a Abin teria sido "instrumentalizada" para monitorar ilegalmente diversas autoridades e indivíduos envolvidos em investigações, bem como adversários políticos do ex-presidente Bolsonaro.