A Polícia Federal realiza nesta segunda-feira (29) nova etapa da operação que investiga as atividades da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o mandato de Jair Bolsonaro. Entre os alvos da ação está Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente. A informação foi divulgada nesta manhã pelo blog da jornalista Andréia Sadi e pelo jornal O Globo.
O objetivo da investida desta segunda-feira é identificar possíveis destinatários de informações colhidas supostamente de forma ilegal pela agência. Busca e apreensão foram autorizadas para a residência de Carlos Bolsonaro e também para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Assessores também são alvo da operação. A suspeita é de que eles pediam informações para o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.
O suposto uso impróprio da Abin teria ocorrido sob a liderança de Ramagem, que é aliado de Bolsonaro e deputado federal pelo Rio de Janeiro.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em sua decisão que autorizou a operação na quinta-feira da semana passada (25), alegou que Ramagem utilizou a agência para conduzir atividades de espionagem ilegal em favor da família do ex-presidente Jair Bolsonaro.
As investigações da PF indicam que a Abin teria sido "instrumentalizada" para monitorar ilegalmente diversas autoridades e indivíduos envolvidos em investigações, bem como adversários políticos do ex-presidente Bolsonaro.
Até as 8h30min desta segunda-feira, Carlos Bolsonaro ainda não havia se manifestado publicamente sobre a operação da PF. No domingo (28), ele participou de uma live nas redes sociais, ao lado do pai e dos irmão. A família usou a transmissão para divulgar o lançamento de um curso de preparação de candidatos conservadores, inspirado nos cursos virtuais do escritor Olavo de Carvalho, morto em 2022.
Um dos mandado de busca e apreensão cumpridos nesta manhã foi na casa de Angra dos Reis, na Costa Verde, onde a família Bolsonaro se reuniu no fim de semana para realizar a live, segundo O Globo.