O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) chegou na manhã desta terça-feira (30) à Superintendência Regional da Polícia Federal (PF), localizada na zona portuária do Rio de Janeiro, pouco antes das 10h, e não falou com a imprensa. Em publicação em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), o parlamentar escreveu que o motivo do depoimento é uma postagem feita por ele no ano passado. A publicação foi considerada ofensiva ao chefe da PF.
O vereador é também alvo da Operação Vigilância Aproximada, da PF, que investiga o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitoramentos ilegais durante o governo do pai de Carlos, Jair Bolsonaro.
Segundo o g1, o depoimento desta terça já estava marcado antes da operação e durou cerca de uma hora. O vereador teria deixado a sede da PF por volta de 10h45min.
Investigação sobre a Abin
As investigações da PF indicam que a Abin teria sido "instrumentalizada" para monitorar ilegalmente diversas autoridades, bem como pessoas vistas como adversários políticos do ex-presidente, então no cargo. As irregularidades teriam ocorrido entre 2019 e 2021.
Na segunda-feira (29), a PF cumpriu mandados em endereços ligados a Carlos Bolsonaro e a outros investigados. A PF analisa se o vereador, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, usava assessores para solicitar informações de forma ilegal à Abin. A suspeita é de que eles pediam informações para o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.
A nova etapa da operação foi autorizada por Alexandre de Moraes. O despacho autorizando a investida foi assinado pelo ministro no sábado (27). Moraes retirou o sigilo da decisão na tarde de segunda-feira.