Mensagens ironizando a ação da Polícia Federal (PF) que tem como alvo o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) foram publicadas nesta segunda-feira (29) no perfil oficial do governo federal nas redes sociais. A conta deveria ser utilizada para difundir mensagens institucionais, mas serviu para a postagem de indiretas contra adversários políticos.
O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta (PT-RS), compartilhou uma das publicações.
Em uma das mensagens, o governo publicou uma foto simulando uma batida na porta e escreveu "toc, toc, toc", em clara referência à visita de agentes da PF para cumprimento de mandos de busca e apreensão. O texto que acompanha a postagem, no entanto, falava sobre o trabalho de agentes comunitários de saúde.
Em meio aos desdobramentos da operação que investiga ilegalidades envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), outra publicação do governo veio acompanhada da mensagem "grande dia", expressão muito utilizada por Jair Bolsonaro durante o seu mandato para comemorar vitórias. O texto oficial se referia ao reajuste do salário mínimo.
O uso das redes sociais oficiais para comentários ou compartilhamento de informações com interesses político-partidário não é exclusividade do atual governo. Na gestão Bolsonaro, o uso da TV Brasil e de canais oficiais na Internet foi questionado até mesmo na Justiça.
Na tarde desta segunda-feira, o ministro Paulo Pimenta negou ironia nas postagens do governo:
"É difícil para quem raciocina em uma linguagem analógica tradicional entender o papel dos algoritmos nas ‘janelas de oportunidades e fluxos’ que a comunicação digital precisar considerar. É como se tivesse um trem em alta velocidade passando. Se eu ficar na frente sou atropelado. Se eu embarco junto, viajo na velocidade do trem, e levo junto a minha mensagem. A mensagem principal é a dengue o trem é a pauta do dia. É assim que funciona. O resto é especulação e tentativa de tirar o foco do que é central e relevante neste momento", postou.