A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro virou palco de um embate entre dois parlamentares evangélicos: a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) e o deputado pastor Marco Feliciano (PL-SP). A senadora chamou Feliciano de misógino. O parlamentar, por sua vez, disse que Eliziane está irada porque não consegue visitar as igrejas do Maranhão sem ser vaiada.
— Desde o primeiro dia que eu cheguei a essa comissão o senhor me provoca. O senhor me olha com um olhar carregado de ódio — disse Eliziane.
— O senhor se tornou uma pessoa abjeta, misógina. O tratamento que o senhor dá às mulheres nesta casa é surreal — completou.
Num desabafo na comissão, a senadora contou que, quando jovem, vendia pães e cachorro-quente para arrecadar fundos e bancar a ida de Feliciano para pregar em sua igreja.
— O senhor não merece ser chamado de pastor, porque pastor não é carregado de ódio — afirmou Eliziane.
Em resposta a Eliziane, o deputado disse que ela "ataca a sua religião e a sua fé".
— A senadora usou a bíblia e eu quero dizer que quando Jesus foi acusado lá no meio do deserto o diabo usou a mesma bíblia. O diabo conhece tanto a bíblia quanto a senadora conhece — disse Feliciano.
— Ela é uma mentirosa contumaz — finalizou.
A briga entre os dois parlamentares evangélicos começou após Feliciano citar uma publicação de Eliziane nas redes sociais, na qual a senadora acusa Feliciano de ter "partido para cima de uma mulher" durante a reunião privada da CPMI realizada na última terça-feira (22).
Nesta quinta, Eliziane respondeu Feliciano e disse que o deputado gritou com ela durante a reunião. Ainda segundo a senadora, o pastor pediu desculpas por causa da discussão, mas depois usou as redes sociais para "tripudiar". Feliciano escreveu na última terça-feira que Eliziane "se vitimiza como todo 'bom' esquerdista".
O presidente da CPMI, Arthur Maia (União Brasil- BA), tentou parar a discussão. Ele disse que a desavença entre os dois parlamentares não é assunto da comissão e ainda solicitou que os termos ofensivos utilizados por ambos fossem retirados das notas taquigráficas.