Ao comentar sobre a aprovação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e os líderes do governo no Congresso souberam negociar a pauta com o parlamento com muita "persistência" e "habilidade".
— Quando o governo manda um projeto de lei ao Congresso Nacional ou uma medida provisória, essa medida provisória, necessariamente, não tem que ser aprovada tal como o governo quer. É normal que você negocie. Os parlamentares podem sugerir ideias melhores do que as que o governo apresentou — afirmou, durante transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, denominada de Conversa com o Presidente.
Para chegar à maioria na governabilidade, Lula destacou ser preciso negociar para chegar a um acordo.
— Foi o que aconteceu com muita persistência e habilidade do nosso ministro da Fazenda, companheiro Haddad, do nosso líder Jaques Wagner, no Senado, do nosso líder na Câmara, José Guimarães, do nosso ministro Padilha, da negociação — declarou.
Na fala, o presidente criticou que, muitas vezes, a negociação é tratada de forma pejorativa pela imprensa.
— Não é a política do "é dando que se recebe" que todo mundo fala. A gente não negocia com o centrão, eles não são um partido político, o centrão se junta em função de determinadas coisas, mas habitualmente você negocia com o partido. Então, precisamos construir essa governabilidade — pontuou.
Durante a entrevista, Lula também elogiou o trabalho do relator da matéria, deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
— Teve um comportamento exemplar. Não brincou com a reforma tributária, levou a sério — completou.
Carf
Além da reforma tributária, o chefe do Executivo também citou a importância da aprovação do projeto de lei que retoma o chamado "voto de qualidade" no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), na semana passada.
— Tem que ter o voto de desempate, o voto de desempate é o governo que dá, e portanto o governo tem que ganhar, não só perder — comentou.