Uma manifestação do partido Novo reuniu um grupo de pessoas, neste domingo (4), no Parcão, em Porto Alegre. O ato faz parte de uma série de protestos organizados pela legenda em todo o país. O partido reclama da cassação do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), das prisões nas invasões às sedes dos Poderes em 8 de janeiro e da indicação do advogado Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na Capital, vestidos de verdes e amarelo e portando bandeira do Brasil, os manifestantes se concentraram em um trecho de 50 metros de uma das vias da Avenida Goethe. No gramado do Parcão, havia cartazes previamente confeccionados pelo Novo, com palavras de ordem contra o STF, o governo federal e pedindo impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice Geraldo Alckmin.
Ao microfone, um dos oradores pedia às pessoas que pegassem os cartazes para posar para fotos diante do caminhão de som. Na sequência, parlamentares dos partidos Novo, PSC, PP e Republicanos se revezaram nas críticas ao governo e ao STF e nos pedidos de mobilização popular.
— É hora de se reunir, de se organizar, e começarmos a maior oposição que este país já viu. Somos diferentes, e os diferentes são maioria — discursou o deputado estadual Felipe Camozzato (Novo).
Apesar da similaridade das pautas, o ato marcou uma divisão das forças de direita, sobretudo após o ex-presidente Jair Bolsonaro pedir a seus apoiadores que não saíssem às ruas neste domingo. Em Porto Alegre, por exemplo, não estiveram presentes parlamentares do PL e em alguns dos políticos mais identificados com Bolsonaro. As manifestações também se revelaram esvaziadas em outras capitais, como em São Paulo.
Para o vereador de Porto Alegre Tiago Albrecht (Novo), não há um enfraquecimento da direita, mas uma transição no campo político.
— Esse é um movimento de resiliência. Estamos aqui para mostrar que continuamos nas ruas, mas os rumos só ficarão mais claros ali na frente, quando os líderes da direita começarem a se entender — comentou.