A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro se manifestou, nesta quarta-feira (3), sobre a operação da Polícia Federal (PF) que cumpriu mandado de busca e apreensão na casa da família do ex-presidente Jair Bolsonaro. O tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, foi preso na ofensiva.
Em publicação feita em redes sociais, Michelle confirma que o celular do marido foi apreendido pelos agentes da PF. Ela também afirma que a filha Laura, 12 anos, não foi imunizada contra a covid-19.
"Hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado teve acesso aos autos. Apenas o celular do meu marido foi apreendido. Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivo seria "falsificação de cartão de vacina" do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU fui vacinada", postou.
Operação Venire
Bolsonaro é um dos alvos da Operação Venire, que investiga adulteração em cartões de vacinação. A residência do ex-presidente foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela PF.
— Nunca falei que tomei a vacina (de covid-19). Nunca me foi pedido cartão de vacinação nos Estados Unidos. Não existe adulteração de minha parte — disse o ex-presidente ao deixar sua residência em Brasília, acompanhado dos advogados de defesa.
Foram sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva em Brasília e no Rio de Janeiro. Entre os seis detidos, além de Mauro Cid, estão outros assessores do ex-chefe do Executivo.
A investigação
Por meio de nota, a PF informou que também está sendo feita análise do material apreendido durante as buscas e a realização de oitivas de pessoas que detenham informações sobre o caso.
"As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a covid-19 dos beneficiários", destacou a PF.
"Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa", completou.
Ainda conforme a corporação, o objetivo do grupo seria "manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19".